Capítulo 62Ao chegar ao apartamento, Leon colocou as sacolas sobre a bancada da cozinha. O silêncio do lugar o envolveu de imediato, aquele tipo de silêncio que não é paz e sim, "ausência".Tirou o paletó, dobrou as mangas da camisa e começou a guardar as compras com calma. Organizou o café, alinhou as cápsulas por cor, guardou o açúcar no armário e deixou os aspargos sobre a pia. Cada gesto era meticuloso, como se isso pudesse preencher o vazio que se alastrava dentro dele.Acendeu o fogão elétrico, colocou o bife na frigideira. Temperou com um toque de sal grosso, azeite e um pouco de alecrim, lembrava-se de como Ísis gostava daquele cheiro. Já tinham se aventurado na cozinha de madrugada.Enquanto o suco gelava, ele ajeitou os aspargos, dourando-os lentamente até ficarem macios.Minutos depois, sentou-se à mesa, o prato estava perfeito: o bife suculento, os vegetais ao lado, o suco servido em um copo de cristal. Um jantar simples, mas bonito, o tipo que a esposa teria elogiado.Le

Capítulo 64Leon escutou um burburinho nas suas costas. Leon, distraído com seu copo de champanhe e os pensamentos que tentava sufocar, ergueu o olhar para entender o motivo daquela súbita agitação.As conversas diminuíram, e os olhares se voltaram todos para a entrada principal. Quando ele se virou, o mundo pareceu desacelerar.Lá estava ela.Ísis.Com um vestido longo de seda azul petróleo que abraçava o corpo como se tivesse sido moldado nele, os cabelos soltos em ondas sutis caindo sobre os ombros, e um brilho nos olhos que não tinha nada a ver com as joias que usava. Ela estava deslumbrante. Irritantemente linda. Dolorosamente desejável.O maxilar de Leon travou. O ar lhe escapou do peito, e por um instante, esqueceu como respirar.Ela parou na entrada, hesitante, e bastou isso para atrair ainda mais atenção. Os homens próximos começaram a se mover, como abutres farejando oportunidade.Um deles, jovem demais, confiante demais, fez menção de se aproximar. Outro já sorria, ajeitand

Capítulo 66Leon entrou no apartamento com a chave reserva e a jogou na mesa ao lado da porta. Molly tinha esquecido de deixar a chave na recepção, mas não tinha problema, pois ela viria mais vezes.Tirou o paletó e puxou a gravata jogando na poltrona ao lado antes de andar até o aparador e se servir de whisky.— Ela estava mais bonita do que eu lembrava. Perfeita... — Disse e tomou um longo gole de whisky Tirou a lapela e a camisa sentou no sofá e tomou outro gole da bebida fazendo ela queimar forte na garganta.— Que beijo, meu Deus... — Riu de si mesmo ao pensar no quanto a queria, não só para se fundir no corpo dela, queria ela para sempre com ele. — Ela sabe que a amo...***A limusine parou diante de um portão de ferro alto.— Pode me deixar aqui, James. — disse Ísis, ajeitando o vestido e a echarpe nos ombros.O motorista assentiu e abriu a porta. Ela desceu devagar, olhando ao redor.Ela apertou o pequeno chaveiro entre os dedos. Era mais do que uma chave; era a senha para co

Capítulo 68Ísis colocou o omelete no prato e serviu o café, enquanto Leon sentava à mesa.— Quer açúcar? — perguntou ela.— Só se for o seu — respondeu em tom provocante.Ela balançou a cabeça rindo.— Você continua o mesmo.— E você continua linda demais pra ser real — disse ele, observando-a enquanto ela se sentava à frente.Silêncio.— Então... — começou Ísis, mexendo o café devagar — o que vai ser da gente, Leon?Ele apoiou os cotovelos na mesa e a olhou nos olhos.— Eu ainda não sei. — respirou fundo. — Descobrir que vou ser pai me tirou o chão. Eu nem sei o que sentir.— Sinta tudo — respondeu ela com calma. — O medo, a alegria, a dúvida... mas não me afasta de novo.Leon baixou o olhar, mexendo na borda da xícara.— Eu não quero errar mais, Ísis. Não quero repetir o que vi meus pais fazerem. — fez uma pausa. — Mas quando te vejo, tudo o que penso é em te ter por perto.Ela estendeu a mão e tocou a dele.— Então me mantenha por perto.Por um instante, ele apenas a observou. Os

Capítulo 70Ísis vestiu o vestido que Molly havia trazido, um tecido leve, em tom de vinho, que realçava sua pele e a deixava com um ar naturalmente sofisticado. Prendeu o cabelo em um coque, passou um batom nude e se olhou no espelho por alguns segundos. Havia algo diferente nela, uma serenidade que não sentia há tempos.Seguiu até a cozinha. Abriu os armários e sorriu de canto ao ver as prateleiras meio vazias.- É... um império precisa de provisões - murmurou para si mesma.Passou os dedos pelas alças das panelas, observando os detalhes do ambiente moderno, e um lampejo de nostalgia a fez rir baixo.- Faz tempo que não cozinho... Mas quem nasce rainha, nunca perde a majestade.Pegou o celular e começou a digitar uma lista de compras com cuidado, organizando mentalmente cada detalhe. Pão fresco, frutas, ervas, café... e flores. Sempre flores. Brancas.Fechou a lista, endireitou os ombros e pegou a bolsa. Antes de sair, deu uma última olhada no apartamento, respirando fundo.- Hora d