Capítulo 62
Ao chegar ao apartamento, Leon colocou as sacolas sobre a bancada da cozinha. O silêncio do lugar o envolveu de imediato, aquele tipo de silêncio que não é paz e sim, "ausência".
Tirou o paletó, dobrou as mangas da camisa e começou a guardar as compras com calma. Organizou o café, alinhou as cápsulas por cor, guardou o açúcar no armário e deixou os aspargos sobre a pia. Cada gesto era meticuloso, como se isso pudesse preencher o vazio que se alastrava dentro dele.
Acendeu o fogão elétrico, colocou o bife na frigideira. Temperou com um toque de sal grosso, azeite e um pouco de alecrim, lembrava-se de como Ísis gostava daquele cheiro. Já tinham se aventurado na cozinha de madrugada.
Enquanto o suco gelava, ele ajeitou os aspargos, dourando-os lentamente até ficarem macios.
Minutos depois, sentou-se à mesa, o prato estava perfeito: o bife suculento, os vegetais ao lado, o suco servido em um copo de cristal. Um jantar simples, mas bonito, o tipo que a esposa teria elogiado.
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