Capítulo 51Leon cuidava de Ísis como se ela fosse um tesouro frágil que o destino lhe confiara. Desde o momento em que chegaram em casa, ele não a deixou sozinha por muito tempo.Carregou-a no colo até o quarto, acomodou-a com cuidado e ajeitou os travesseiros ao redor dela, certificando-se de que estivesse confortável.— Está melhor assim, pequena sereia? — perguntou, passando a mão pelos cabelos dela.— Um pouco — respondeu com um sorriso fraco. — Mas você está exagerando.— Exagerando? — Ele riu baixinho e beijou-lhe a testa. — Não. Estou apenas cuidando do que é meu.Havia uma doçura no olhar dele, algo a mais que fazia Ísis sentir o coração acelerar. Leon não era apenas protetor, era completamente entregue. A cada gesto, a cada toque, deixava claro o quanto ela significava para ele.Enquanto ela tentava se sentar, ele a impediu com suavidade.— Nem pense nisso. Você ainda está fraca.— Leon... eu estou bem — murmurou, tocando o rosto dele. — Não precisa ficar tão preocupado.Ele

Capítulo 53O sol nascia devagar quando Leon desceu as escadas da mansão. Vestia apenas uma calça de moletom e segurava uma xícara de café que Molly havia levado, ainda estava sonolento.Ísis dormia profundamente no quarto, cansada da noite anterior, e ele aproveitava o raro silêncio para organizar a cabeça.Mas a calma durou pouco.O telefone da sala começou a tocar, com insistência. Ele atendeu sem olhar o identificador.- Leon Winthmore falando.Do outro lado, uma voz masculina soou tensa:- Senhor... sinto muito acordá-lo tão cedo, mas... o senhor conhecia um homem chamado Rogério Duarte?Leon se endireitou na hora, o corpo ficando rígido.- Sim, é meu jardineiro. O que houve com ele?Houve um breve silêncio, o som abafado de papéis sendo folheados.- Encontramos o corpo dele hoje de madrugada, em uma boate na região norte. Tudo indica homicídio.O café quase caiu da mão de Leon.- O quê? - murmurou incrédulo. - Como assim uma boate? Ele estava de férias...- Pois é. O local é con

Capítulo 55 O restaurante ficava em uma plataforma suspensa sobre o mar, iluminado por tochas e velas que dançavam ao ritmo da brisa noturna. Ísis caminhava ao lado de Leon, usando o vestido branco que realçava sua pele dourada e o brilho sereno em seu olhar. — Uau… — murmurou ela, encantada com a vista do oceano sob o luar prateado. — Gostou? — perguntou ele, orgulhoso. — É perfeito. — respondeu, sorrindo com doçura. — Parece um sonho. Eles se sentaram à mesa reservada no canto mais reservado do deck, cercados por flores tropicais. Leon pediu vinho e pratos locais, e enquanto esperavam, não tirava os olhos dela. — Está me olhando assim por quê? — perguntou Ísis, brincando, mexendo distraidamente na taça. — Porque ainda não acredito que você é real. — respondeu ele, sem hesitar. Ela riu baixinho, desviando o olhar, sentindo o coração palpitar. — E eu achava que só o mar sabia ser tão intenso… Conversaram, riram e se tocaram com os olhos. Entre um gole e outro de vinho, Leon

Capítulo 57Os dias seguintes passaram tranquilos na mansão. Leon e Caio voltaram à rotina de trabalho, dividindo as responsabilidades na empresa. Aos poucos, a agitação das últimas semanas parecia se dissipar, e o ar voltava à normalidade, o tipo de calmaria que Leon sempre quis dar à esposa.Ísis, por sua vez, preferia passar os dias em casa. Ela e Rosie, quase todas as manhãs, passavam horas no ateliê.— Está ficando lindo — elogiou Rosie, inclinando-se para observar a tela de Ísis. — Você consegue capturar a luz de um jeito que ninguém mais faz.Ísis sorriu, um pouco tímida, limpando um respingo de tinta no braço.— Acho que foi Bora Bora que me inspirou... as cores de lá ainda estão na minha cabeça.— E o marido ajudou, né? — provocou Rosie, dando uma risadinha.Ísis corou, fingindo se concentrar na tela.— Talvez um pouco... — respondeu, disfarçando o sorriso.Do lado de fora, o som distante do cortador de grama lembrava que a vida seguia seu curso. Leon mandava mensagens curtas

Capítulo 59Ele voltou para dentro do apartamento, com o copo nas mãos, e foi explorando cada cômodo enquanto bebia o uísque em pequenos goles. Dois quartos com suíte, um lavabo discreto, uma cozinha ampla conectada à sala de jantar e uma área de serviço impecável. As janelas da sala se abriam para um deck espaçoso, onde a piscina se misturava à vegetação densa, como se aquele pedaço de natureza fosse o único resquício de vida em meio ao concreto.Depois de caminhar por todo o lugar, sentou-se no enorme sofá branco, sentindo o gosto amargo da solidão descer pela garganta junto com o álcool.Suspirou alto e colocou o copo na mesinha ao lado.— Vai me dizer que ainda quer a migalha de amor que ela pode te oferecer, Leon? — murmurou com raiva, encarando o nada com os olhos avermelhados. — Como você é patético! O certo seria cada um seguir seu caminho. Lorraine é passado... e, ainda assim, foi estranho deixar de gostar dela e me apegar tanto ao falso amor da Ísis. Não sei qual das duas é