Aurora Dunker“De pé.”A voz grave em russo me gelou a espinha. Não havia espaço para dúvidas ou perguntas, era apenas ordem. Continuei de joelhos, fingindo não compreender o idioma, os olhos fixos no chão.“Imagino que, se não fala russo, fala alemão” disse ele, agora em alemão.Ainda assim, não respondi. Vi sua paciência desaparecer quando, de repente, puxou algo preso ao cinto: um chicote de couro. Com um estalo seco, bateu no chão. O som ecoou pela sala, arrancando de mim um grito involuntário. Caí para trás, sentada, o coração disparado.Levantei os olhos para ele. Os lábios se curvavam num sorriso torto, depravado, como se ele se divertisse com o meu medo. Sua mão, marcada por veias grossas e tensas, segurava firme o cabo do chicote. Por um instante, ele me pareceu um domador diante de uma presa indomável.“Então você é capaz de emitir sons” zombou, erguendo a ponta do chicote até tocar minha mandíbula. O couro forçou meu rosto para cima, obrigando-me a encarar aqueles olhos par
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