UM ANO DEPOIS.O sol da manhã atravessava as amplas janelas da casa Monteiro, agora reformada, mais viva e mais cheia de cor. Era curioso como o tempo podia transformar tudo. Os lugares, as pessoas, e principalmente, o que elas acreditavam ser impossível de mudar.Henrique desceu as escadas com a camisa arregaçada nos antebraços e o celular colado à orelha, falando com a mesma firmeza com que um executivo experiente conduzia uma negociação.— Feche o contrato, sim. — dizia, enquanto atravessava a sala. — E diga a eles que, se quiserem exclusividade, o valor precisa dobrar. Não estamos mais em fase de testes.Do outro lado da linha, a resposta pareceu satisfatória, porque ele sorriu, assentindo.— Ótimo. Envie os documentos pra minha mesa até o fim do dia. — e encerrou a ligação.Isadora o observava da cozinha, apoiada no balcão, com uma xícara de café nas mãos e um sorriso discreto no rosto.Um ano antes, ela jamais imaginaria ver aquele homem ali, falando de contratos legítimos, de i
Ler mais