Matteo:Acordei como quem emerge de um naufrágio, o peito arfando, o suor colando a pele ao lençol. Meu corpo saltou da cama, afastando o calor que antes repousava sobre mim. Giulia rolou para o lado, mas eu mal percebi. O ar entrava e saía em solavancos, e meus olhos varreram o quarto como um animal encurralado. Eles estavam aqui. Eu os vi. Sei que os vi.O cansaço ainda pesava nos ossos. Depois do treino, dividimos um jantar silencioso e então nos abandonamos à preguiça nos braços um do outro. Mas “eles” vieram. Arrancaram Giulia de mim. E eu fiquei paralisado, o peito oprimido por mãos invisíveis, enquanto o quarto girava ao redor do vazio.A luz rasgou a escuridão de repente, e eu me virei como se esperasse um golpe.Giulia estava sentada, os olhos imensos, incrédulos, pousados em mim. Quando percebi, eu já estava distante da cama. Seus lábios se moviam, mas as palavras não me alcançavam. Só havia o eco das vozes. Os gritos dela.Giulia se arrastou até mim, e eu fechei os olhos, t
Ler mais