Encarei a joia Silverstar descansando no estojo, sentindo uma mistura de alívio e cansaço. James a pegou com cuidado e a entregou a um funcionário para que fosse guardada. Finalmente, aquela noite havia chegado ao fim. Cada minuto no salão parecia interminável; eu não sabia se conseguiria suportar mais um segundo.Minha estilista e sua equipe me ajudaram a desfazer o cabelo e remover a maquiagem da pele. Meu corpo já pedia descanso, e bocejei, sentindo o peso do cansaço me arrastar para o meu quarto.— O senhor Hunter te espera no quarto dele. — anunciou James, com o costumeiro tom cortês.O encarei pelo espelho do camarim, exausta.— Ele não sabe que tenho meu próprio quarto agora? — perguntei, surpresa.— Sabe, senhorita, mas acredito que preferiu ignorar essa informação. — James meneou um sorriso discreto e me guiou gentilmente para fora do camarim, onde minha equipe terminava de guardar os últimos pertences. Me despedi deles com um aceno das mãos e um agradecimento. — Já coloquei

Hunter Blood Moon Essa fêmea ainda iria me enlouquecer. Pensei isso enquanto observava Hailey entrar no carro, contrariada por ter recebido uma nova guarda-costas. Safira. A melhor entre os meus soldados. E, pela Deusa, era uma fêmea! O que significava que podia acompanhar Hailey até no banheiro, se fosse necessário — e eu não via problema nenhum nisso.Hailey apenas murmurou um “tchau” seco. Estava irritada, e foi sorte minha arrancar ao menos esse gesto. Quando, na verdade, eu queria muito mais. Muito mais do que ela estava disposta a me dar naquele momento.Respirei fundo, engoli a frustração e entrei no meu próprio carro. A postura de “homem de negócios” nunca se ajustava bem à minha pele, mas era um fardo que eu tinha que carregar. Porque, mesmo sendo alfa, havia contas a pagar, contratos a fechar e um império a sustentar.Mas não era só isso que me incomodava. Aquela maldita fofoca. A história que corria nos Red River sobre a mãe de Christopher ser irmã gêmea da mãe de Hailey

Hunter Blood MoonA casa era modesta, feita com madeira de boa qualidade, que rangia levemente sob os próprios passos, e janelas amplas que deixavam a luz da manhã invadir cada canto. O cheiro de lareira e de terra recém-regada misturava-se à fragrância suave de ervas secas penduradas no teto. Havia simplicidade em cada detalhe, mas também uma sensação de cuidado — móveis alinhados, prateleiras organizadas com livros e objetos pessoais, tapetes que amaciam os passos e pequenos vasos com flores espalhados pelos cantos. Tudo ali exalava vida e história, contrastando com a rigidez e a violência que eu esperava ao entrar naquele espaço.Havia até mesmo proteções nas quinas dos móveis, sinal claro de que a casa respirava infância — e muito amor. Eram cinco filhotes ao todo: três meninos e duas meninas, com idades que variavam entre doze anos e seis meses. O ambiente transbordava vida. Porta-retratos espalhados pelas prateleiras e paredes exibiam memórias congeladas: Darius em um deles, segu

Hunter Blood MoonEu nunca fui bom nesse negócio de relacionamento. Na faculdade até tive uma namorada, mas foi um drama atrás do outro. Além de ser humana, ela não compreendia minhas oscilações de humor, minhas ausências repentinas, o jeito como eu parecia estar presente e, ao mesmo tempo, a quilômetros de distância. Eu era um Casanova declarado, um conquistador barato que não se prendia a ninguém — e, no fundo, eu sabia que era só uma maneira de fugir de mim mesmo.Na época, achava que estava vivendo intensamente. Hoje percebo que só estava me sabotando, deixando um rastro de corações partidos e promessas vazias. Ela tentou, eu sei que tentou... mas ninguém suporta viver ao lado de um homem dividido entre o que é e o que o mundo espera dele ser.Talvez seja por isso que agora, diante dela, a única coisa que consigo sentir é medo. Medo de repetir o mesmo ciclo. Medo de que, mais uma vez, eu destrua alguém que não merece.O problema eu só entendia agora, vendo Hailey deitada ao meu l

Hailey SilverstarParamos diante de uma casa que, à primeira vista, parecia como todas as outras da rua. Mas havia algo nela que a fazia destoar. As luzes estavam apagadas, as janelas fechadas, e no ar pairava uma sensação estranha, quase de abandono. O jardim da frente parecia pedir socorro: galhos secos espalhados pelo gramado, folhas amareladas amontoadas no canto, e o portão rangeu alto quando o empurrei.Safira abriu a porta sem hesitar, como se já tivesse feito aquilo outras vezes. O som metálico da chave ecoou pelo silêncio pesado, seguido pelo estalo do interruptor que iluminou o hall de entrada. Ela puxou uma cortina e abriu uma janela, deixando o ar da noite entrar e levar embora o cheiro de coisas guardadas.— Vem uma senhora limpar duas vezes no mês. Mas ninguém fica aqui. — explicou, a voz baixa, quase respeitosa.— De quem é essa casa? — perguntei, ainda parada no hall.— Do Hunter. É onde ele cresceu.Assenti, sentindo meu peito apertar de uma forma que não sabia explic