~Lyra~Porra. Não adiantava mais. De verdade.Não fazia o menor sentido olhar o relógio de novo.Nem pegar o celular. Nem fingir que eu ia dormir.Dormir era mentira. Uma fantasia cruel que eu repetia pra mim mesma enquanto meu corpo latejava, minha boceta doía e minha pele queimava como se alguém tivesse ateado fogo por dentro.Meus membros não paravam.Minhas pernas tremiam.Meus pés se esticavam sozinhos.E os dedos? Ainda formigando.Toda vez que eu fechava os olhos, não via sonhos.Via ele.Damon. Alfa. Papai.O homem cuja voz já tinha me quebrado do outro lado de uma porta. Que nem me tocou, e mesmo assim me deixou tremendo depois de três orgasmos — e nenhum deles foi suficiente pra apagar a febre que ele colocou em mim.Me mexi na cama e senti as coxas grudando uma na outra… Molhadas. Sensíveis. Usadas. O gozo agora estava frio, e isso deixava tudo ainda mais agudo. Eu sentia secar na parte interna das pernas, entre as dobras, em toda parte.Eu devia ter me levantado.Devia ter

~Lyra~Eu não respirei.Não conseguia.Meus pulmões se recusavam a funcionar. O peito apertado, cheio demais de tudo que eu não conseguia dizer. A dor entre as minhas pernas ainda estava ali — viva, pulsando como um segundo coração. A vergonha cravava as garras em mim. Mas algo pior também cravava. Algo mais fundo. Mais sujo.Desejo.Meu robe estava meio aberto, grudado na pele úmida, revelando parte da coxa, o seio, a curva do abdômen que ainda se contraía com os espasmos de um prazer que eu nem tinha direito de sentir.E Tasha?Tasha estava parada ali, o suor brilhando na pele, o cabelo bagunçado em volta do rosto avermelhado, os olhos fixos em mim como se eu fosse algo nojento que ela tinha pisado.— Lyra?!A voz dela me cortou como um chicote.Não soava como a voz de uma melhor amiga.Não soava como preocupação.Soava como acusação.Soava como ódio.Como se eu tivesse violado algo sagrado.Como se eu fosse a imunda.Pisquei. A visão borrada. Meu coração batia tão forte que eu conse

~~Lyra~~Meus olhos se fecharam num piscar trêmulo.E não foi suave.Não foi inocente.Foi um colapso.Como se meu corpo tivesse entrado em pane sob o peso da presença dele. Como se minha mente não aguentasse o calor que tomou conta de mim no exato instante em que os dedos dele roçaram o alto do meu peito.Tudo em mim se contraiu.Minha boceta.Meu estômago.Minha garganta.Era como se cada nervo tivesse sido reprogramado só pra ele.Pra sentir ele.Pra desejar ele.Pra precisar dele como ar — como se eu não tivesse direito a respirar.Só percebi que estava prendendo o fôlego quando os lábios se entreabriram e o ar escapou num tremor abafado, quase um gemido sufocado pelo medo de deixar sair.Porque eu não estava só parada ali.Eu estava me desfazendo.O robe pendia solto, aberto, mal cobrindo qualquer coisa.Meus mamilos duros... doloridos sob a seda fina. Minha pele parecia apertada demais. O centro do meu corpo pulsava forte, como um segundo coração entre as pernas.E eu sentia o fi

~Damon~Bati a porta com força e fiquei ali parado, feito um maldito animal.Respiração pesada.Punhos cerrados.O pau ainda duro o bastante pra cortar pedra.Ela nem fazia ideia do que tinha feito comigo.Aquele gemido baixinho... porra, aquele som... entrou debaixo da minha pele como uma droga, e agora eu estava chapado nela. Bêbado no cheiro do gozo dela, do suor, da porra da urgência que ela usava como se fosse perfume.E eu nem tinha tocado nela.Eu devia ter tocado.Eu queria.Cada parte do meu corpo gritava por isso.Ainda conseguia vê-la na minha frente, agarrada na pia como se fosse a única coisa mantendo ela de pé. O robe de seda colado no suor entre os peitos, as costas mal cobrindo a bunda. As coxas tremendo. A boceta escorrendo. Ela estava molhada. Desfeita. Pronta.E eu fui embora.Como um maldito santo.Devia ser crucificado por isso.Cruzei o quarto e agarrei a cômoda. Meus nós dos dedos estalaram de tanta força. As veias pulsavam. Olhei pra baixo.Porra.Meu pau estava

Damon~Desci as escadas como um homem possuído.O celular pressionado contra o ouvido. Minha voz já saía alta, cortante, cheia de raiva do caralho, o sangue ainda fervendo desde a noite passada. Eu não tinha dormido. Mal tinha respirado, pra falar a verdade.— Me escuta e escuta direito. — Rosnava na linha, baixo e puto. — Se a sala do conselho não estiver segura antes de eu chegar, vou começar a cortar dedos e jogar pros cães. Um por cada minuto que eu esperar. Entendeu, Micah?Houve uma pausa.— S-sim, Alfa...— Não gagueja, porra.Entrei no corredor, maxilar travado, voz crescendo.— Vocês tiveram três dias inteiros pra varrer o perímetro. E você tá me dizendo agora... agora... que dois dos seus homens não voltaram? Cês ficaram malucos?— E-eles ficaram em silêncio na Muralha Leste. A gente acha que...— Não me diga o que acha. Você não é pago pra pensar. É pago pra obedecer. Se houve uma violação, eu quero o acesso selado. Se há renegados, quero eles mortos. E se um único conselhe