minha voz falhou, mas minhas mãos sabiam o que fazer, peguei a seringa, pedi acesso, gritei ordens que nem lembro direito e o barulho das máquinas sumiu, só o som da respiração falha dela ecoava nos meus ouvidos. Enquanto aplicava a medicação, uma lágrima escorreu. Eu não chorei quando Christine terminou comigo, não chorei quando aceitei me casar com Sandra mas ali, vendo a mulher que eu amava lutando contra a morte, eu desabei. O tempo se esticou até que finalmente o peito dela se ergueu de novo e os os olhos se abriram devagar Christine despertou com calma, mas não com ternura, seus olhos se abriram como os de alguém Indiferente, quase fria, agradeceu o cuidado apenas com a presença serena. Pediu alta, como quem não queria permanecer sob nenhum olhar de piedade e apenas observei, sentindo a distância crescer. Quando pediu meu celular, entreguei sem pensar. Ela digitou, escreveu algo que não sei e a vi se afastar minutos depois, andando devagar pelo corredor, como se

O silêncio caiu sobre a mesa e minha mãe tentou disfarçar com uma risada forçada, mas Christine não parou. Eu nem que gosto desse lado meio ou muito respondona dela _Eu tenho diante de você, luxo poder e concorrência! mas além disso, tenho algo que você nunca saberá como é… um filho dele. E Acredito que isso inflama tanto seu ego que precisa explodir na minha cara, me mostrando que tem mais… Mas acredite, eu tenho o melhor! Meu peito se inflou. Vovô do outro lado, abriu um sorriso discreto, orgulhoso tal como eu, e Minha mãe, por outro lado, parecia engolir em seco, mas preferiu se calar. Christine havia dado o recado de forma Clara, firme, sem precisar gritar Quando a sobremesa terminou e Sandra finalmente se despediu, encontrei Christine no jardim, longe das paredes sufocantes da mansão. Ela estava sentada num banco, olhando as mãos, como se ainda calculasse cada palavra que tinha dito. Aproximei-me devagar e toquei seu ombro depois de pigarrear, para não assusta-

A partir do momento em que Enzo me trouxe de volta e senhor Artur apoiou, está se tornou a minha casa também, como raios ousam desrespeitar isso? Devo aceitar pouco, apenas pelas condições que me trouxeram até aqui? _Esta é a minha casa também! Não vou aceitar que tratem minhas coisas como lixo só porque vocês acham que o mundo gira em torno do sobrenome Costa! Ana ergueu a sobrancelha, gelada. _Sua insolente…_Insolente é a sua capacidade podre de viver, sua mulher mal amada… -falei recebendo o quadro_ Mas você é mesmo uma coisa ruim… hein Ana, como consegue ser tão amargurada? E o tapa ecoou pelo espaço, deixando os carregadores espantados, mas eu podia muito bem revidar, então por quê estava parada?Também não sei, mas antes que completasse, com mais um insulto, avancei e estalei com um tapa certeiro no rosto dela, devolvendo o gosto. O impacto ecoou também então Sandra correu e me agarrou pelos braços, mas isso só deu tempo para Ana reagir, devolvendo-me outro tapa co

A chuva surgiu grossa, barulhenta, molhando tudo em segundos e nós corremos rindo até o carro, mas logo percebi que não dava para encarar a estrada assim então estacionei no primeiro hotel de beira de estrada. Não era luxuoso, segundo Christine, mas tinha o essencial,um quarto quente e limpo, só para nós dois. Christine entrou no banheiro primeiro, cansada, depois de tanto reclamar da pouca classe do hotel e quando saiu enrolada na toalha, eu a segui Não aguentei ficar só olhando e entrei atrás dela, a ajudei a tirar o restante da roupa e lavei cada parte do corpo que ela me pedia devagar, como quem cuidava de um tesouro. É claro que que ela era… Ela me deixou fazer o que pude enquanto mantinha os olhos fechados como se descansasse em minhas mãos e eu agradeci por estar sendo útil nalguma coisa Depois do banho, pedi que ficasse na cama, liguei para o serviço de quarto e mandei trazer algo leve para jantarmos ali mesmo, sem pressa, entre risadas e silêncios confortáveis

Meu avô continuava imóvel, com o olhar perdido pela janela como se estivesse descansando de nós por enquanto Mas não era descaso… sono…. Era algo muito pior Ele não reconhecia Christine, não reconhecia a doçura da menina que o havia conquistado tão rápido. _Maria Christine… -sussurrei, passando os dedos pelo rosto dela. _Ele ainda está aqui, tá? Ele vai passar por isso, tá? Ela apenas assentiu, mordendo o lábio inferior para conter o choro. O silêncio entre nós era denso, pesado, como se a palavra que nenhum dos dois ousava dizer estivesse pairando no ar. Não precisei falar, ela também sabia. Christine respirou fundo, encostando a testa na no meu peito _Ele olhou para mim, Enzo… e eu senti… senti que não me conhecia. -A voz dela quebrou no meio da frase. Fechei os olhos, sentindo um nó na garganta Eu queria negar, queria inventar uma desculpa qualquer para que ela tivesse esperanças de que aquilo é só um leve susto, mas não dava Eu sabia que era porque o fim se a