Essa voz… Enzo? levanto a cabeça, meus olhos se encontram com uma mão firme estendida diante de mim. Subo devagar o olhar e encontro o rosto dele. O coração dispara, sem pensar, me ergo de um salto e me jogo em seus braços, beijando-o com urgência, como se o tempo tivesse acabado de nos dar uma segunda chance. E ele nem hesita, agarra minha cintura, me ergue e o beijo se aprofunda até eu perder a noção de tudo ao redor. Cruzo as pernas em volta dele, como se fosse pouco o que já o prendo com o coração, eu não quero largar nunca mais. _Não case! - peço, quase sem fôlego _Faz qualquer coisa, mas não case com ela. Ele sorri de leve. _Ah, minha M.G… _Estou falando sério! - insisto, desesperada e quase choro, mas ele só ri _Por favor… Enzo não respondeu Apenas me segura mais firme pelo colo e segue até o carro, como se já tivesse tomado uma decisão. _Vamos ter que fazer isso juntos. Você quer? -sua voz sai firme. Não sei o que ele pretende fazer junto comigo m

Minutos depois meu telemóvel toca, era Enzo… Ele com certeza deve estar se perguntando por quê não liguei e nem retornei suas mensagens e chamadas o dia todo, então atendi e respondi como se fosse nada. _Enzo? _ O que há com você? Normalmente ele teria saudado e feito uma piada, mas ele não fez _Não é nada! É só… foi dia de consulta de rotina, então eu fiquei sem meu telefone. A minha voz tremeu por um segundo, mas forcei um riso e segurei o aparelho com as duas mãos como quem precisa de apoio, sentindo a palma suar. _Por quê não acredito em você? HM…. Deixa ver, onde você está? _No café da cidade, vim tomar um aqui. _Estou perto… vou… _Não! Me encontra no hotel de sempre! Peguei um táxi rápido e, quando cheguei, entrei correndo no quarto me jogando na cama como louca, o mundo pareceu girar Quando fechei os olhos com força só quis desaparecer ou morrer Como fui engravidar? E o pior, de quem fui engravidar? O pensamento embateu frio e certeiro. Sentei na beirada da cama,

O quê? Que diabos ele faz aqui? A gente já não teve ontem a pior discussão da nossa vida? Como ele ousa ainda aparecer aqui? O que vai me dizer dessa vez.Fiquei parada, o corpo todo tenso, a respiração curta. Meu peito batia com força, e a raiva misturava-se ao cansaço, formando um gosto amargo na boca. E Vi-o caminhar como se nada tivesse acontecido, com os ombros retos, olhar decidido e aquilo me deixou ainda mais irritada._Eles me chamaram para fazer uma pequena cirurgia, só não sabia que seria a sua. E adivinha… Eu não fiz!As palavras dele caíram pesadas na sala. Senti as mãos formigarem, era como se tudo ao meu redor ficasse mais nítido, o som do ar condicionado, o ranger da cadeira, a presença dele ocupando espaço onde havia apenas silêncio cortante.Me endireitei e sentei, olhando para ele com cara de espanto._Que merda você fez? Você tem ideia da encrenca em que acabou de me colocar?Minhas pernas tremiam levemente, tentei controlar a voz para não parecer fraca, mas e

_Ah RS Como é ingrata, Pois! Assim que abandonar este lugar, está ao azar da sorte. Eu lavo minhas mãos e você espero que se cuide, porque não tem nada que ele vai te dar, que seja diferente daqui. Ou melhor, que chegue perto. Vá! Pois vá bem. E não leve nada do que você ganhou trabalhando aqui. Trabalhando… _ Maria Christine pegue só o necessário, documentos e pegue uma jaqueta, sim! Está frio. Diz Enzo e vou rápido pegar, saindo logo em seguida, mas como nem todo ranço acaba desaguando, Irma sai botando para fora minhas coisas, novamente, mas quando tento pegar, Enzo não deixa e diz. _Confia em mi, Maria Christine. Você não precisar disso. Aquela não era só mais uma discussão no casarão, eu sabia. O jeito como Irma cruzava os braços, a voz fria e cortante, o peso das palavras. Só que, dessa vez, algo dentro de mim já tinha decidido eu não ficaria mais ali. _Não vou abortar! Vou com Enzo…-falei firme, mesmo com o coração martelando no peito. _Não quero mais essa vida

Seus olhos estavam cheios de indignação quando se voltaram para a filha, eu eu deixei que ele falasse o que quisesse, Ana era maluca. _Isso é uma irresponsabilidade sem tamanho, Ana! Mas ela apenas levantou o queixo, sem demonstrar culpa nenhuma _Ora, papai, não exagere! Eu apenas sugeri que a casa fosse mantida em ordem,ela não está se posicionando como senhora desta casa? Então não posso ser responsabilizada se ela não consegue fazer algo tão simples. Engoli seco, o coração apertado e com vontade de vomitar. Eu queria gritar, dizer o que me vinha a garganta mas não consegui… Estava tão cansada…. Cansada de me defender, cansada de não ser ouvida e de não poder ter em dia em paz com Ana ao ladoEntão apenas expliquei o que quis _ Vovô? Não se preocupe… Eu ia orientar Dicla, como fazer isso! Já tem uma anta maluca aqui, e eu não sou filha dela para ser burra igual e subir limpando…Ana arregala os olhos e eu ajudo senhor Artur voltar para o quarto enquanto colocamos os riso