Hanna— Eu espero ser breve, serva. Se o plano sair como esperado, estarei de volta antes que imagine.— Eu podia torcer para que não voltasse, mas quero voltar para casa. Então não me resta outra opção a não ser almejar por sua vitória.— Seu jeito de demonstrar afeto é muito peculiar.— Isso não foi demonstração de afeto, apenas a realidade de que dependo de você para voltar para casa.— Hm. Oryan sorriu de leve e se afastou para juntar alguns papéis que estavam em cima da pequena mesa. Ele ainda não tinha dormido e eu dormi muito pouco, então eu mais o observei do que descansei. O príncipe sempre foi muito frio, suas emoções eram difíceis de perceber, mas eu já o conhecia um pouco para saber que estava apreensivo. Ele não me deixou ciente do seu plano, mas disse que era perigoso, no entanto, grandes vitórias são conquistadas em cima de grandes riscos.Infelizmente, as coisas em minha vida tiveram rumos diferentes do que planejei, mas agora eu precisava parar de reclamar e fazer

HannaDias depois...O trabalho naquele castelo não era tão diferente do que no castelo Dravor, mas eu trabalhava menos lá. Oryan me mantinha ao seu lado o tempo inteiro e no máximo tinha que satisfazer seus caprichos, não era tão pesado. Segundo Maia, era necessário manter poucas pessoas circulando dentro do castelo e por isso, sobrava mais trabalho para aqueles que restaram. Ela não era tão carrasca, mas me exigia bastante e estava agradecida por isso, afinal, era melhor do que amargar no quarto.— Se derramar esse sangue irei tirar do seu para repor. — Maia disse mesmo sem me olhar. — Não vou derramar, aliás, eu nunca derramei.— Sim, é quase um milagre que trabalhe bem.Maia terminou de ajeitar os pequenos cálices e começou a distribuir o sangue entre eles. A quantidade era bem regrada, era apenas um a cada três dias, o suficiente para manter os vampiros saciados e calmos. — Não te incomoda mexer no sangue? Não sente vontade de beber? — perguntei, sempre fui curiosa para sabe

HannaMinha mãe sempre disse que a magia negra era insaciável e cobrava um alto preço, ela sempre foi muito sábia em me mostrar o certo e o errado, pois conheceu algumas bruxas e era cumpridora dos seus deveres, suas palavras sempre foram duras e honestas.Depois de um tempo, finalmente me levantei da cama, fiquei por um bom tempo pensando nos próximos passos. Tentando achar uma maneira de ficar viva até a chegada de Oryan. O tempo simplesmente passou, a fome e sede que tive, não voltou, ficou apenas a gastura e agonia. Aquela cena ficava se repetindo na minha mente, mas agora eu imaginava outras pessoas tendo a cabeça arrancada daquele jeito, inclusive eu.Assustei-me com as batidas na porta, eu olhei para ela e mordi o lábio que já estava machucado. Não queria abrir, e se fosse ela…Levantei e abri uma pequena brecha, se eu não abrisse ela daria um jeito de abrir e poderia ser outra pessoa, como Vron, mas quando olhei, não era nenhum dos dois. Era apenas um soldado.— Sua presença

HannaQuando recuperei a consciência, só deu tempo de virar o rosto e colocar toda aquela água para fora. Tossi descontroladamente até que passasse, meu peito doía e demorou para que meu corpo se acalmasse.— Ótimo. Não morreu — Ouvi vagamente, a voz de Vron estava baixa.A areia embaixo do meu corpo deixou claro que ainda estava viva, felizmente, sobrevivi àquela loucura. Levantei com dificuldades e olhei ao redor, parecia uma praia deserta e o sol estava alto.— Oh, céus, Vron! — Cambaleante, cheguei até ele. Ele tinha se afastado até encostar em uma rocha. Seus cortes eram fundos, inclusive o do pescoço, ainda sangrava.— Está tudo bem, vou me recuperar. — Mas, ainda está sangrando.— Estou satisfeito que tenha conseguido te salvar. Nunca decepcionei Oryan, não seria agora que iria acontecer.— Quem liga para o príncipe! Você está muito mal. Tem certeza que está se recuperando?Vron sorriu.— Você é a única que ousa falar dessa forma sobre ele. Oryan realmente gosta de você.— El

OryanAs embarcações cheias de humanos ficaram distantes, eu seguia na frente com uma menor. A vitória foi conquistada com muito esforço e mortes. Perdi soldados e humanos, mas todos morreram com honra. Suspirei.Estava ansioso, apreensivo por chegar logo, vendo o litoral e o castelo ficando mais perto, isso apenas se inflamava dentro de mim.Será que está viva, serva?...— Parece preocupado, vossa alteza? Anime-se, fizemos um grande feito. — Dara parou ao meu lado.— Ainda há muito a se fazer, preciso pensar nos próximos passos.— Achei que ia deixar tudo a critério do rei Morvain. Já fizemos o bastante.— Infelizmente não posso deixar. Não vou arriscar que os humanos novos sejam envenenados como os outros, seria um desperdício do meu tempo e das vidas que perdemos.— Faz sentido, mas esse reino não é de seu domínio. Acha que o rei permitirá tal intervenção?Dara tinha sua razão. Ela também foi a única humana sobrevivente.— Eu sou dono dos humanos, assim como dono das terras que co