Isabela terminou o café da manhã no deck, ainda sentindo o calor das mãos de Zayn sobre as dela quando ele lhe serviu o suco. Havia algo diferente nele naquela manhã — mais leve, quase descontraído.— Vamos aproveitar o dia — ele disse, erguendo a sobrancelha como se fosse uma ordem disfarçada de convite. — O mar está perfeito.Ela sorriu. — Passeio de barco?— Passeio e mergulho. — Ele se levantou e estendeu a mão. — Quero ver se você nada tão bem quanto diz.Isabela pegou a mão dele, estreitando os olhos com fingida desconfiança. — Olha, já vou avisando: se tiver tubarão, eu tô morta. Aprendi a nadar no Piscinão do Ceret.Zayn parou por um segundo, encarando-a. — Piscinão… de quê?Ela começou a rir antes mesmo de explicar. — É… digamos que não é bem o mar aberto. Água turva, gente demais, música alta… não é o que você está imaginando.— Definitivamente não é. — Ele balançou a cabeça, um sorriso no canto dos lábios. — M

O sol já estava alto quando Isabela abriu os olhos. O espaço ao lado estava vazio, mas o som do mar entrando pelas janelas abertas e a brisa salgada a fizeram sorrir. A cortina leve se movia com o vento, e, por um instante, ela fechou os olhos de novo, tentando adivinhar onde Zayn estava.Não precisou pensar muito.Zayn apareceu na porta poucos segundos depois, sem camisa, o cabelo ainda úmido e um sorriso preguiçoso que parecia ter sido esculpido pela manhã. Ele encostou o ombro no batente e ficou apenas olhando para ela, como se estivesse avaliando se valia a pena tirá-la da cama.— Vai continuar enrolada aí ou vem aproveitar o dia? — perguntou, num tom que misturava provocação e convite.Isabela se espreguiçou, o lençol escorregando até a cintura, e tentou esconder o nervosismo. Será que ele sabe? — O que você tem em mente?— Mergulho. — A resposta veio simples, como se fosse a ideia mais óbvia do mundo. — A maré está perfeita. E Jamal

O vento trouxe um arrepio leve, mas Isabela não sabia se era pelo toque da brisa ou pela proximidade dele. O beijo que ela iniciou agora tinha mais do que curiosidade; carregava algo que estava crescendo silenciosamente desde o primeiro olhar naquela noite.Zayn respondeu com firmeza controlada, a mão na cintura dela apertando levemente, não para dominar, mas para ancorá-la naquele momento. O corpo dele era quente contra o dela, e cada vez que seus lábios se encontravam, ela sentia a respiração acelerar, a dele e a sua.O tempo parecia ter desacelerado. Lá fora, o mar continuava seu ciclo, as velas tremeluziam ao sabor do vento, e o cheiro de sal misturado ao perfume dele criava um cenário que ela queria guardar na memória para sempre.Ele quebrou o beijo por um instante, apenas o suficiente para deixar os lábios roçarem no canto da boca dela, num gesto que parecia mais íntimo que um toque direto.— Você sabe o que está fazendo comigo, Amalî? — perguntou baixo, quase um sussurro.Ela

O som das malas sendo fechadas quebrou o silêncio suave da manhã. O quarto ainda estava banhado pela luz dourada que entrava pelas cortinas, e o ar tinha aquele frescor de mar que Isabela sabia que sentiria falta. Sentada na beira da cama, ela observava Zayn conferir os últimos detalhes com a calma precisa de quem estava acostumado a organizar tudo.— Tem certeza de que não quer deixar isso para o pessoal cuidar? — ela perguntou, vendo-o dobrar a camisa que usara na noite anterior.— Tenho — respondeu, sem desviar o olhar. — Algumas coisas prefiro cuidar eu mesmo.O tom era simples, mas havia algo ali que soava como mais do que malas.Isabela se levantou, andando até a varanda. A vista se abria em um horizonte quase sem fim, e por um momento ela fechou os olhos para memorizar o som das ondas, o calor na pele, o aroma salgado que se misturava ao perfume das flores tropicais.Zayn apareceu atrás dela, envolvendo-a com os braços e apoiando o queixo no ombro dela.— Está gravando na memór

O palácio despertou antes do sol tocar as cúpulas douradas.Não foi um simples acordar — foi uma coreografia silenciosa, orquestrada por mãos treinadas e olhares atentos. O Baile de Gala, anunciado semanas antes, parecia ter mudado a própria pulsação dos corredores. Criados surgiam e desapareciam em pares, carregando bandejas prateadas, caixas longas com fitas douradas, arranjos de flores tão frescos que ainda guardavam o orvalho da madrugada. O perfume dessas flores subia pelos andares, misturando-se a notas discretas de incenso queimando em pontos estratégicos, como se até o ar precisasse estar preparado para a noite.O som de talheres sendo polidos ecoava de longe, intercalado pelo estalar suave do tecido quando cortinas eram abertas para deixar entrar a luz. Guardas trocavam de turno com passos sincronizados, e as conversas, mesmo apressadas, mantinham-se em tons baixos, como se o próprio palácio exigisse respeito naquele dia.Isabela, porém, ficou no quarto por mais tempo do que