A noite em São Petersburgo parecia engolir tudo. A neve caía pesada, apagando pegadas e silenciando os becos, como se a cidade soubesse que era governada por um homem que não perdoava erros. Petrus Morozov, 51 anos, observava a cidade do alto de sua mansão, um copo de vodca na mão e os olhos de um predador que nunca se sacia. Para ele, pessoas não passavam de insetos, criaturas fracas e descartáveis. Exceto uma.Irina.Ele se lembrava de quando a viu pela primeira vez. Um hospital modesto, cheiro de antisséptico, paredes gastas. Petrus entrou carregando o filho, menino pálido, doente, fruto de uma noite com uma prostituta que ele mal lembrava o nome. Foi ali, entre corredores silenciosos, que seus olhos encontraram Irina. Uma estudante de enfermagem, jovem demais, bonita demais, com uma delicadeza que não combinava com o mundo podre em que ele vivia.Petrus mentiu. Fingiu ser um homem comum. Um trabalhador cansado que lutava para cuidar do filho. Sabia que se ela descobrisse quem ele
Ler mais