NarradorFrederick retornou tarde ao seu apartamento. Sua família havia tido um dia exaustivo, e o primeiro dia dos Maclovin nas Indústrias Feldman havia sido um completo desastre, assim como sua própria jornada. Ele sentou-se na penumbra, rodeado apenas pelo silêncio, enquanto servia uma taça. Naquele instante, as lembranças o inundaram, e ele se arrependeu profundamente de ter feito sofrer a única mulher que realmente havia amado.Ao chegar o segundo dia de trabalho para os Maclovin, as ameaças de Charlotte fizeram com que naquela manhã eles fossem um pouco mais pontuais. No entanto, Magdalena quase desabou ao se ver obrigada a usar o uniforme das trabalhadoras da cafeteria; a sensação de humilhação a oprimia, e ela não suportava o que sua ex-nora estava lhe fazendo.«Magdalena, aqui está a lista de como os principais executivos da empresa gostam do café», disse Greta, sua colega de trabalho, enquanto lhe entregava um papel com as indicações. Ela mal tinha duas horas de trabalho, ma

Parei no andar onde ficava a cafeteria, logo depois que Frederick saiu do meu escritório. Um impulso repentino me levou a supervisionar pessoalmente o trabalho dos Maclovin, e desta vez era a vez de Magdalena.Sem aviso prévio, entrei com determinação na cafeteria, mas fiquei momentaneamente no limiar da porta ao ouvir gritos vindos de dentro. Queria entender o que estava acontecendo, já que parecia que as funcionárias estavam no meio de uma discussão acalorada.«Estou cansada de fazer tudo por você, Magdalena!» gritou Greta, visivelmente furiosa.«Fazer o quê? Ridícula, você é uma funcionária e deve cumprir suas funções. Eu sou sua chefe! E você tem que me obedecer», respondeu Magdalena, elevando ainda mais a voz.«Você não é minha chefe! O fato de ter sido nomeada responsável pela cafeteria não significa que tenha autoridade sobre nós. Isso só implica que você se encarregará do maldito café! Estou considerando fazer uma queixa à CEO.»«Hah!» gargalhou Magdalena. «A CEO! Outra pobre

PresenteFrederick apertou os olhos, desejando ficar vivendo naquelas lembranças onde o amor entre Charlotte e ele era autêntico. Tentou acomodar a cabeça em várias posições, tentando conciliar o sono, mas sua mente estava lhe pregando uma peça. Passou a noite em claro, tanto que o despertar do dia seguinte foi terrível.No seu apartamento, tudo era uma bagunça. Com esforço, ele conseguiu usar o único banheiro e se arrumou para a importante entrevista que tinha naquela manhã. Embora fisicamente não parecesse perfeito, mentalmente tinha tudo sob controle. Não ia deixar aquele negócio escapar.Vestido com seu melhor terno e, claro, preparado com seu melhor argumento, ele chegou à grande companhia de alimentos agropecuários, a EpicFlavors. Lá o esperava o grande CEO, um homem de trinta anos, corpulento, alto, com cabelo castanho e olhos castanhos claros, que irradiava uma personalidade avassaladora.Frederick sentiu uma pontada de inveja ao ver o lugar onde o homem estava, já que fazia a

Senti-me reconfortada pelo que estava experimentando em meu interior. Fechei a porta do meu escritório e tranquei-a, depois me dirigi ao bar e peguei uma garrafa de vinho. Com um sorriso de orelha a orelha, servi-me uma taça cheia do delicioso licor e brindei comigo mesma."Saúde pelo que está deixando de doer!" Pensei enquanto bebia de um só gole. Depois, peguei um espelho da minha bolsa e retoquei minha maquiagem. Nesse momento, compreendi mais do que nunca que não podia continuar sendo vítima da dor que me acompanhara por tanto tempo, especialmente quando não fui a única responsável por tudo o que havia acontecido.6 anos atrásDepois que Frederick e eu fizemos amor naquela noite de mil formas, jamais imaginei que, a partir daquele dia, minha vida tomaria um rumo completamente diferente. Tudo o que havia sido planejado para ser pura felicidade e um amor eterno estava prestes a se transformar no verdadeiro inferno na terra.Na manhã seguinte, acordei com uma dor intensa nos meus qua

Tinha acabado de me vestir e sentia uma mistura de vergonha e satisfação pelo que havia acontecido com aquele homem que, supostamente, eu odiava. No entanto, no fundo do meu coração, eu sabia que «o amava com todas as minhas forças». Apesar da confusão, uma parte de mim se sentia satisfeita; fazer sexo no elevador da minha grande empresa tinha sido uma experiência avassaladora. Nunca antes eu havia sentido tanta excitação provocada pelo próprio vértice da adrenalina.—«Como é que vamos sair daqui?» —perguntei, rompendo o silêncio.Federick balançou a cabeça, claramente confuso. Falava comigo como se nada tivesse acontecido. Arrumou a roupa e deu de ombros.—«Não sei, Charlotte, mas… e o que acabou de acontecer entre nós? O que isso significa?»Olhei-o de cima a baixo e arqueei uma sobrancelha, respondendo num tom sarcástico:—«O quê, o quê? Transamos, Federick, só isso.»Ele baixou o olhar, e um nó formou-se em sua garganta. Lembrei-me imediatamente de que ele mesmo já havia me dito a