Aldrak terminava de revisar um mapa antigo sobre as florestas ao redor de Veradorn quando um dos guardas entrou e fez uma reverência. — Majestade, os preparativos para a caçada desta manhã já estão concluídos. Os cavalos foram selados e os convidados avisados. Aldrak assentiu, mas não desviou os olhos do mapa. — Muito bem. Apenas confirme que o príncipe Ryan estará presente… a capitã Selvaren também. E quero Darian. — Seus dedos tamborilaram sobre a madeira. — E que convidem Lyanna e Emma para acompanhá-los. Quero todos juntos. O guarda hesitou. — Sim, senhor. Mas… deseja reforçar a motivação oficial, Majestade? O rei ergueu o olhar, um brilho sutil de estratégia nos olhos. — Digam que é tradição. Um gesto de boas-vindas da Casa Veradorn para Ryan. — E então murmurou, mais para si: — É uma chance de observar quem está com quem… e o quanto. O guarda fez outra reverência e partiu. Aldrak ficou sozinho no escritório, o olhar distante e pensativo. — Que Kharadorn me dê o

Os cascos dos cavalos ressoavam abafados sobre a trilha coberta de folhas secas enquanto o grupo de Darian e Emma avançava entre as árvores. Por alguns minutos, o silêncio reinou, apenas os sons da floresta e o farfalhar do vento preenchendo o espaço entre eles. Mas Emma não aguentou. — Darian… — chamou baixinho, a voz carregada de empatia. Ele virou o rosto na direção dela, os olhos azuis sombrios. Ela respirou fundo. — Eu sinto muito. Sei que você queria estar ao lado dela… sei que isso foi uma jogada do rei para aproximar os dois. Tá claro que pra ele… nós somos peças, temporárias, nesses relacionamentos políticos. Ele quer proteger a linhagem, quer alianças. E… e nós estamos no meio disso. Darian ficou em silêncio por um instante, os olhos fixos à frente, antes de respirar fundo e finalmente falar. — Você não está errada. Ele sempre foi assim… cada peça no tabuleiro, cada movimento estudado. Mas, Emma… — ele a olhou com sinceridade — eu não vou desistir dela. Nem hoje, n

Darian atendendo ao pedido do príncipe mais cedo foi até ele para que pudessem conversar. — Majestade o que houve você precisava falar comigo? — perguntou, já sentindo que não seria algo simples. — É sobre Selvaren — começou Ryan, preocupado. — Eu vi como ela agiu com Emma, Não foi acidente. Ela provocou a queda dela do cavalo. Darian franziu a testa. — Você tem certeza? — Tenho. Selvaren está obcecada por você. Quando percebeu que Emma estava ganhando sua atenção, resolveu agir. Foi cruel e premeditado. Ryan apertou o punho. — Se ela tentar algo contra Emma de novo, vou garantir que isso pare imediatamente. Emma merece proteção, e eu não vou tolerar traições dentro do nosso círculo. Darian sentiu o lobo rosnar dentro de si, ninguém machucaria Lyanna dessa forma e ficaria por isso mesmo. — Pode contar comigo. Vou cuidar disso. Ryan assentiu, aliviado. — É bom ouvir isso. Não podemos deixar nada atrapalhar a segurança da princesa e de sua melhor amiga. Ambos retomaram a cav

A porta se abriu devagar, e Emma entrou às pressas, ainda de robe, os cabelos úmidos e um sorriso idiota preso no rosto. Lyanna já estava no quarto, sentada na cama, os cabelos negros soltos, os olhos distantes e brilhantes como se o mundo dela tivesse mudado naquela noite. Emma encostou a porta, se apoiou nela e suspirou, as duas se encarando por um segundo… e então começaram a rir. — Você esqueceu suas roupas! — Lyanna comentou, se levantando e indo até ela, puxando o robe de leve. — Vai acabar sendo pega pelos guardas do turno, menina. — Eu nem lembrei… — Emma riu,, as bochechas coradas como vinho. — Ly, você não vai acreditar. — Você primeiro — Lyanna disse, puxando-a para a cama. — Porque se eu começar, não paro. Emma mordeu o lábio inferior, os olhos brilhando.. — Eu beijei o príncipe Ryan. — sussurrou, como se dissesse um segredo proibido. Lyanna arregalou os olhos, deu um gritinho abafado e se jogou pra trás na cama. — Você o quê? Emma, pelo amor dos Deuses Ant

O murmúrio na sala de conselhos diminuiu gradualmente, enquanto o Rei Aldrak fixava o olhar no grande relógio de parede, antes de tomar uma decisão. — Chamem Darian, o Guardis — ordenou ele em voz firme. Poucos minutos depois, Darian adentrou o salão, seus passos firmes ecoando sobre o piso de pedra, o semblante sério e preparado. O rei se levantou e fez um gesto para que ele se aproximasse do centro do salão. — Darian, conte ao conselho o que encontrou nos vilarejos próximos às nossas fronteiras — pediu o rei, olhando para cada rosto presente, que imediatamente se voltou para o Guardis. Darian assentiu, respirou fundo e começou: — Os relatos que colhi falam de ataques inexplicáveis — sombras que se movem com rapidez sobrenatural, criaturas das trevas que não eram vistas desde a queda do último Dragão Branco. — Pequenos vilarejos têm sido saqueados, e a população local vive em terror constante. Essas forças não são apenas uma ameaça isolada; indicam um possível retorno d