O vapor ainda pairava leve no ar, perfumado com lavanda e sândalo. Lyanna, envolta em um robe de tecido macio, penteava lentamente seus cabelos negros diante do espelho. A expressão era distante, os olhos focados em algum pensamento que não revelava. Uma batida suave à porta interrompeu o silêncio. — Quem deseja? — perguntou sem se levantar. — Sou eu, minha filha — respondeu a voz grave e conhecida de Aldrak. — Entra, pai — disse ela, deixando a escova repousar sobre a penteadeira. Aldrak entrou devagar e fechou a porta atrás de si. Os olhos dele percorriam o quarto com familiaridade, mas era em Lyanna que sua atenção se fixava. Havia uma sombra de preocupação ali, mais densa do que de costume. — Sei que está decidida a levar adiante aquele plano... com Kael — começou ele, andando até onde ela estava, mas sem se sentar. — Só quero que tome muito cuidado, Lyanna. Aquele garoto... é asqueroso. Manipulador. Quando ele quer algo, não mede consequências. Nem os próprios pais co

Aldrak recostava-se em sua poltrona de couro escuro, cercado por mapas antigos, livros grossos e um copo de vinho deixado pela metade sobre a mesa de carvalho. O fogo estalava na lareira. — Chame Ryan até aqui — ordenou o rei com voz firme. O serviçal fez uma reverência e saiu apressado. Minutos depois, Ryan entrou com postura séria. — Me chamou, Alteza? — Sim, entre, por favor. Queria saber como foram esses dias com seu pai... Enquanto se aproximava, Ryan desviou o olhar por um instante e parou. Dois quadros chamaram sua atenção na parede ao fundo. Ele se aproximou um pouco mais. Um dos quadros era da Rainha Elenara, jovem, com cabelos dourados ondulados que pareciam brilhar mesmo em tinta. O outro, mais íntimo: Elenara e Aldrak juntos, em um abraço romântico, sorrindo como dois amantes em um instante roubado do tempo. Ryan estreitou os olhos, intrigado. Apontou sutilmente com a cabeça. — Que engraçado... — disse ele, quase como quem pensa em voz alta — a Rainha Ele

Depois de passarem a tarde na casa de Emma, o grupo começou a se arrumar para seus encontros. Darian, decidido, saiu por um tempo e voltou trazendo consigo um buquê de rosas brancas nas mãos. Vestia calça jeans preta, camisa branca e uma jaqueta de couro preta que contrastava com o brilho nos olhos ao ver Lyanna. Ela descia as escadas naquele momento, confiante e feliz, com um sorriso suave e apaixonado nos lábios. Vestia um vestido longo e fluido, de um branco etéreo que capturava a luz com leveza. O tecido de musseline caía em ondas delicadas desde a cintura marcada até o chão, esvoaçando a cada passo como se dançasse com o ar. O decote em V era profundo, elegante e audacioso, com alças largas que cruzavam sobre as costas nuas em linhas sutis sobre a pele clara. Na cintura, uma faixa bordada com pequenos brilhos e rendas florais acentuava sua silhueta com a sutileza de orvalho nas pétalas ao amanhecer. Uma fenda discreta na lateral deixava vislumbres das pernas, revelando sensualid

Após o jantar, Ryan pagou a conta com um cartão que Emma havia organizado para ele usar no mundo humano — um gesto que ele ainda achava curioso, mas aceitou com naturalidade. Do lado de fora do restaurante, o ar da noite estava fresco, perfumado pelas flores do jardim ao redor. As ruas da região eram tranquilas, com calçadas largas, árvores alinhadas e a luz amarelada dos postes refletindo suavemente nas vitrines das lojas já fechadas. Ryan estendeu o braço, e Emma o aceitou de bom grado, entrelaçando os dedos aos dele com um sorriso sutil. Caminharam em silêncio por alguns metros, apenas ouvindo o som de seus passos e da brisa leve entre as folhas. — É estranho — disse Ryan, quebrando o silêncio com a voz baixa. — Caminhar por aqui me faz esquecer tudo o que existe além deste momento. Emma o olhou, surpresa pela delicadeza da confissão. — E por que não esquecer, por uma noite? Ryan sorriu de canto. Ela era leve. Ela era calor. E mesmo que ele acreditasse estar com Lyanna,

Os primeiros a descer para o café da manhã foram os rapazes. Assim que todos estavam reunidos, Lyanna sorriu animada: — Hoje vamos passar o dia na casa dos meus pais. E, à noite, que tal apresentarmos aos dois o parque de diversões que está na cidade? — sugeriu com um brilho nos olhos. Todos concordaram, animados com a ideia. Após o café, seguiram juntos para a casa da família adotiva de Lyanna. — Uau... — murmurou Darian apenas para Lyanna, quando desceram do carro. — Que nostalgia voltar aqui... Onde eu vigiava e cuidava de você todos os dias, antes mesmo que soubesse quem era. Lyanna sorriu, tocada pela lembrança. Assim que entraram, foram surpreendidos pelos pais de Lyanna, que vieram correndo em sua direção. — Ô, meu Deus! — exclamou a mãe, com os olhos marejados. — Como sentimos sua falta, Ly... Mas antes que terminassem de dizer o nome verdadeiro, Lyanna interrompeu: — Este é o Ryan, e este é o Darian. E Lyanna vocês já conhecem — disse, apontando discretament