Na manhã seguinte, o sol filtrava-se suavemente pelas cortinas da casa de Emma, trazendo uma luz cálida e silenciosa que não combinava com a sensação de despedida que pairava no ar.
Os pais de Emma estavam no saguão, com as malas prontas, os olhos ternos e cheios de amor. A mãe ajeitava a gola do casaco do marido enquanto o pai observava a filha com o típico olhar protetor.
— Temos que voltar, filha... — disse a mãe, num tom doce, porém resignado. — Sinto muito que tenha que ser tão cedo.
— Continue nos atualizando sobre a escola nova — completou o pai, dando um meio sorriso que buscava conforto.
Emma assentiu com um leve sorriso e se permitiu ser envolvida no abraço dos dois. Por fora, transmitia serenidade. Mas por dentro... o aperto no peito era outro.
Eles não sabiam.
Não sabiam que aquela história de "escola nova", de mudança de planos, de rotina, era uma meia verdade sustentada sobre um jogo de aparências. Não sabiam que a filha estava fingindo ser alguém que não era