A tarde na mansão estava tranquila, mas todos sabiam que algo estava prestes a mudar.Kate e Bastien estavam sentados observando Addy, que brincava sem imaginar a notícia que estava por vir. Lucien ria com ela no chão, entre corridas e brinquedos, quando finalmente chegou o momento.Ara e Lucca se juntaram a eles, sentando-se para estar presentes quando dessem a grande notícia a Addy.—Mamãe! —Lucien correu para os braços de Ara.Bastien sorriu, tomando um segundo para olhar Kate, que estava radiante com a novidade.As crianças continuaram brincando, ocupadas discutindo a quem pertencia cada brinquedo, mas quando sentiram o silêncio no ambiente, ambos se viraram.—O que foi, papai? —perguntou Addy, inclinando a cabeça e olhando para os pais.Lucien também parou de brincar e se aproximou, com aquela curiosidade travessa que o caracterizava.Kate trocou um olhar cúmplice com Bastien. Ele sorriu com ternura, aproximou-se de Addy e a tomou nos braços.—Sabem de uma coisa, meus pequenos? —

Naquela noite, depois que Addy e Lucien caíram rendidos de tanto planejar, Bastien pegou os desenhos que eles haviam feito com tanto amor.Com extremo cuidado, colocou-os dentro de uma pequena caixa de madeira que tinha comprado há muito tempo. Era uma caixa simples, mas linda, adornada com entalhes de folhas.Kate o observava da porta do quarto, o coração acelerado de tanto amor, apoiada no batente.—O que você está fazendo, amor? —perguntou em voz baixa.Bastien fechou a caixa com suavidade e a segurou entre as mãos como se contivesse ouro puro.—Quero que o bebê veja isso algum dia —sussurrou—. Que saiba o quanto foi esperado, o quanto foi amado mesmo antes de nascer.Kate caminhou até ele, sentindo as lágrimas queimarem nos olhos.—Você é o homem mais maravilhoso do mundo —disse, acariciando sua face.—E você é o meu mundo inteiro —murmurou Bastien, encostando a testa na dela.Sem soltar a caixa, abraçou-a, apertando-a como se nunca fosse deixá-la ir.—Tudo por você, minha rainha

Os dias haviam passado e Bastien queria surpreender Kate e Ara. Ele coordenou com Armando, seu banqueteiro de confiança, uma pequena recepção para celebrar que ambas estavam grávidas.A tarde caía, banhando o terraço em tons dourados. O ar cheirava a flores frescas, uma música suave flutuava no ambiente e as risadas dos amigos mais próximos enchiam cada canto.Kate, radiante com sua barriguinha invisível, movia-se de grupo em grupo, recebendo abraços, votos de felicidade e pequenas brincadeiras que a faziam rir com doçura. Ara, também grávida, com uma barriga quase imperceptível, conversava animadamente com Cristy e Ally.Bastien, sempre atento, mantinha seus olhos fixos em Kate, feliz por vê-la, junto de seus amigos e de seu futuro bebê, formando sua verdadeira família.Então, uma voz saudando fez com que todos se virassem.Albert, com seu eterno sorriso despreocupado, atravessava o jardim acompanhado de um homem alto, de cabelos loiro-acinzentados, terno escuro perfeitamente cortado

A porta do apartamento se fechou com um clique suave atrás dele.John Asher afrouxou lentamente a gravata do terno, caminhando para a penumbra da luxuosa sala de estar.Cada movimento era preciso, medido, quase ritual.Deixou a gravata cair sobre uma cadeira, desabotoou os primeiros botões da camisa e serviu-se de um uísque em um copo baixo, como se estivesse se desfazendo da máscara que havia usado o dia inteiro.Das sombras, uma figura emergiu.Era um homem jovem, vestido de preto, rosto inexpressivo, quase camuflado na escuridão.Inclinou-se ligeiramente, com respeito.—Como foi, chefe?John sorriu, mas não era o sorriso caloroso que mostrara durante a recepção.Era uma curva fria, carregada de estratégia.—Melhor do que eu esperava —respondeu, levando o copo aos lábios—. Albert abriu a porta... e Kate foi tudo o que prometiam.O assistente, ainda inclinado, esperou em silêncio.—O entorno de Bastien é leal —continuou John, pensativo—. Leal demais. Não poderei agir rápido. Teremos

Horas mais tarde, a mansão estava em silêncio.Kate dormia em seu quarto. Bastien estava deitado ao seu lado, acariciando seu cabelo enquanto a observava ternamente. Seu coração vivia em um caos constante: já haviam a arrancado de seus braços em uma festa, e ele a perdeu por seis meses que foram um inferno; já a tinham levado apenas por irem juntos a um hotel; a colocaram em perigo, tiraram tanto sangue que, se não tivesse chegado a tempo, a teria perdido. Não podia se descuidar. Devia protegê-la, ainda que fosse à custa de si mesmo. Beijou sua testa.—Perdão, Kitty —sussurrou. Levantou-se e foi para o escritório.Bastien não podia, nem queria, dormir. Estava em seu escritório, sozinho, com o paletó do terno pendurado em uma cadeira, as mangas da camisa arregaçadas e o relógio sobre a mesa.À sua frente, o laptop mostrava várias telas de segurança com as imagens do perímetro: câmeras, acessos, pontos cegos. Tudo controlado ao milímetro.A porta se abriu suavemente.Lucca entrou, segui