A garrafa d’água escorregou das mãos de Tessa no exato momento em que os lábios de Gendry colidiram com os dela. O recipiente de plástico caiu no chão com um baque surdo, mas ela mal percebeu, pois suas mãos voaram até o peito dele, os dedos se pressionaram contra os músculos firmes e seu corpo permaneceu rígido, tomado por um choque que a atravessou por completo. Ela deveria tê-lo afastado, precisava fazer isso, mas não o fez, porque seus lábios a traíram, movendo-se contra os dele como se tivessem esperado por aquele momento durante toda a vida, enquanto um calor intenso explodia entre eles, diferente de tudo que ela já havia sentido.Gendry gemeu contra sua boca ao deslizar a língua pela parte inferior dos lábios dela e, sem pensar, Tessa os entreabriu, permitindo que suas línguas se tocassem no instante seguinte, fazendo um arrepio percorrer sua espinha, com o gosto cítrico do suco de laranja ainda presente na boca dele se misturando ao sabor quente e proibido daquele beijo, e por

— E isso te incomoda?Kevin a encarava diretamente, aguardando a resposta com atenção.— Claro que não. — Tessa respondeu, tentando manter o rosto o mais neutro possível. — Por que me incomodaria?Kevin a observou por um segundo antes de soltar uma risadinha.— Você tem razão. Isso seria estranho mesmo.Tessa forçou um sorriso também, mas o peso da culpa ardeu dentro de seu peito. Não sabia ao certo por que se sentia culpada, mas estava ali, latente, e era simplesmente ridículo.Sacudiu mentalmente a sensação e se concentrou em aproveitar a companhia de Kevin.No meio da tarde, Maya apareceu à sua procura.— Ah, aí está você. — Ela disse. — Vamos, vem jogar vôlei comigo.O jogo já estava em andamento, e Maya não perdeu tempo em transformá-las em uma dupla.Jogaram contra duas outras garotas e, para surpresa de Tessa, mesmo depois de tanto tempo sem praticar, ela e Maya conseguiram vencer várias rodadas.Então, enquanto comemoravam mais uma vitória, Maya de repente bateu palmas com empo

Tessa engoliu em seco enquanto fitava Maya, com a pergunta da amiga pairando no ar.— Será que ela teria deixado o Kevin beijá-la?Ela quis responder "não" de imediato, mas a hesitação se infiltrou. Teria mesmo? Não tinha uma resposta definitiva. Sem querer se aprofundar naquele pensamento, deu de ombros. — Talvez.O queixo de Maya caiu. — Talvez? — Ela a olhou como se Tessa tivesse acabado de confessar um crime. — Há três meses, você me disse que nem achava o Kevin atraente. Na verdade, você nem gostava dele!Mordendo o lábio, Tessa cruzou os braços. — Bem… Isso era porque eu ainda não tinha me dado a chance de conhecê-lo melhor.Maya estreitou os olhos. — E agora acha que o conhece tão bem assim depois de apenas três dias morando sob o mesmo teto?— Por que não? — Retrucou Tessa, erguendo o queixo.A verdade era que, quando o conhecera meses antes, achara Kevin arrogante, confiante demais e excessivamente insistente. No entanto, depois de passar algum tempo ao lado dele, perceber

As palavras de Kevin ecoavam na mente de Tessa mesmo depois que ela tomou banho e se deitou na cama."Eu ficaria decepcionado se seus padrões não fossem altíssimos. Porque, convenhamos, você é incrível. Mas… Eu me encaixo nos seus padrões? Mesmo que eu esteja um pouco abaixo da linha… Ou em período de teste, eu aceito."Aquelas palavras haviam sido lindas, do tipo que fariam qualquer mulher suspirar. Então, por que ela não suspirara?A lembrança de seus supostos "padrões elevados" fez a raiva disparar dentro dela, trazendo à tona o nome de quem estava por trás disso.Gendry.Aquele desgraçado.Seu maxilar se contraiu. Como ele se atrevia a dizer aquelas coisas para o Kevin? Quem diabos ele pensava que era para se meter na vida dela daquele jeito?As mãos de Tessa se fecharam em punhos. Precisava colocá-lo no lugar. E precisava fazer isso agora.Uma voz no fundo da cabeça sussurrou que ela poderia muito bem esperar até amanhã, já que invadir o quarto dele naquele horário provavelmente n

— Sem compromisso. Apenas sexo quente e selvagem, sem significar nada. O que me diz?Ela deveria ter dado um tapa.Tessa sabia que deveria estar esbofeteando Gendry por ousar sugerir algo assim. Afinal, aquilo era a coisa mais absurda que ela já ouvira.Mas, em vez de querer bater nele, tudo o que sua mão desejava era se perder sobre o corpo dele, explorando cada músculo definido e firme.Ela também deveria estar xingando-o, porém tudo o que seus lábios queriam fazer era beijá-lo e acariciá-lo.Droga. Ela estava completamente ferrada.Não podia mais negar. Queria-o. Queria Gendry com uma intensidade que chegava a doer.Embora a parte mais racional de si mesma gritasse que seria um erro ceder, a outra parte, a insensata, seguia berrando dentro dela: o que tinha a perder?Gendry estava certo. Ela se sentia atraída por ele. Isso não significava que gostava dele. Na verdade, ainda o detestava. Detestava o quanto ele conseguia mexer com ela com tanta facilidade.Talvez aquela fosse mesmo a