(SETE ANOS DEPOIS)O ar quente e salgado da Jamaica envolveu Tessa no instante em que ela desceu do avião, com os saltos ecoando suavemente contra o piso de azulejo do aeroporto.Ela ajeitou os óculos escuros e alisou o blazer elegante que usava. Por fora, exalava confiança, mas por dentro, seus nervos estavam em completo caos.Tinha vindo para a Jamaica por causa do casamento de destino da melhor amiga, Maya, portanto, era para estar apenas animada, certo?Claro que estava feliz pela amiga, mas não havia absolutamente nada de empolgante em passar uma semana inteira na mesma casa que ele.Tessa fechou as mãos em punhos. Sete anos depois, o simples pensamento nele, ou o vislumbre de seu rosto, ainda era suficiente para deixá-la à beira do descontrole.Se dependesse dela, jamais teria que lidar com ele de novo, mas, como era de se esperar, seu azar tinha falado mais alto, porque, entre todas as pessoas por quem Maya poderia ter se apaixonado e decidido casar, ela escolheu justamente Jace

O jantar estava sendo realizado à beira da piscina. A casa de praia pertencia à família de Jace, e, embora Tessa já tivesse estado ali antes, quando ela e Maya vieram passar férias, ainda assim ficou impressionada com o quanto tudo parecia deslumbrante.Maya começou a caminhar em direção à mesa onde Jace estava sentado, e Tessa a seguiu. Contudo, ela ficou tensa ao perceber que Jace não era o único à mesa.Gendry também estava ali.Ele parecia irritantemente relaxado, vestindo uma camiseta azul que deixava à mostra os antebraços bronzeados e peludos, e ria de algo que Jace havia dito, inclinando a cabeça para trás só o suficiente para destacar a linha forte do maxilar.Tessa sentiu vontade de se virar e caminhar para outro lugar, mas Gendry já a tinha visto, e ela não queria que ele pensasse, nem por um segundo, que sua presença a incomodava.Então, endireitou os ombros e foi se sentar à mesa com Maya, justamente ao lado de Gendry, pois era a única cadeira disponível.— Oi, Tes. Que bo

— E então o papagaio olhou diretamente nos olhos dele e disse: "Não foi isso que você disse da última vez!"O riso ecoou pela grande cabana de verão, alto e espontâneo, cortando o ar noturno. Kevin estava no centro da roda, sorrindo como se fosse o dono do lugar, cercado por um grupo de mulheres que pareciam penduradas em cada palavra sua. Seja lá o que ele tivesse dito, devia ter sido realmente engraçado, pois até Tessa, que passara o dia inteiro agindo como uma verdadeira rainha do gelo, estava rindo também.Gendry observava de onde estava, sentado de lado, segurando uma garrafa de cerveja. Seu aperto nela se firmou quando Tessa jogou a cabeça para trás, a boca entreaberta em gargalhada, os ombros tremendo levemente. Ele não a vira sorrir daquele jeito nenhuma vez durante o dia, nem mesmo enquanto revisavam a lista de convidados. Ela mal o olhara, limitando-se a respostas frias e acenos contidos. Mas agora? Agora ela parecia radiante, com os olhos brilhando enquanto olhava para Kevin

Os dois se encararam em silêncio absoluto enquanto todos observavam, esperando o que viria a seguir.— Ah… Podemos continuar o jogo agora? — Alguém quebrou o silêncio, olhando para Tessa. — Tessa, é sua vez de girar a garrafa.Tessa piscou, voltando à realidade, e sem dizer nada levantou-se e caminhou até o centro, pegando a garrafa vazia e girando-a com firmeza. O vidro rodou por alguns segundos até parar, apontando diretamente para Kevin.Um sorriso se espalhou nos lábios dele.— Ora, ora, não vai me fazer a pergunta mágica?Tessa forçou um sorriso.— Verdade ou desafio?— Desafio. — Respondeu ele de imediato, sem hesitar.Tessa já esperava essa resposta e se perguntou o que passava pela cabeça dele, pois não estava exatamente empolgada com o jogo, ainda mais com tantas pessoas em volta, e não conseguia pensar em nenhum desafio interessante para propor.Uma das primas de Maya resmungou, impaciente.— Aff, Tessa, escolhe logo alguma coisa!Kevin piscou e se inclinou levemente para fre

— Depois de me deixar parecendo uma idiota, você disse aos seus amigos que só me convidou para o baile para me humilhar, para mostrar que eu não era tão "especial" quanto pensava. Eu ouvi tudo!As palavras de Tessa pairaram entre eles como uma nuvem densa.O choque passou pelo rosto de Gendry, rompendo sua habitual compostura pela primeira vez naquela noite. Sua boca se entreabriu, como se tentasse dizer algo, mas nenhuma palavra saiu.Tessa o encarou, com o coração batendo contra as costelas. Por algum motivo, queria que ele negasse, que dissesse que ela estava errada ou que havia outra explicação, mesmo sabendo que não havia.Mas o silêncio se prolongou e, a cada segundo, seu peito se apertava ainda mais.Um riso amargo escapou de seus lábios. — Nada a dizer agora? — Perguntou, com a voz cortante, embora quase num sussurro.Gendry voltou a abrir a boca, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, uma voz no grupo chamou em tom de brincadeira:— A música acabou, pessoal… A não ser qu