O silêncio que tomava conta daquele quarto parecia mais ensurdecedor do que qualquer grito. Camila encarava o horizonte pela enorme janela do hotel, onde o céu de Nice pintava tons dourados e avermelhados no entardecer. Sua mente estava um caos — como se cada lembrança, cada revelação dos últimos dias, fosse uma peça de um quebra-cabeça que, agora, começava a formar uma imagem que ela temia enxergar.Leonardo estava atrás dela, observando-a em silêncio. A tensão entre eles era palpável. Nenhuma palavra precisava ser dita para que ele entendesse o turbilhão que ela carregava. E, mesmo assim, ele sabia que não poderia deixar aquela noite passar sem enfrentar, de vez, os fantasmas que os cercavam.— Você não precisa carregar tudo isso sozinha, Camila — ele finalmente quebrou o silêncio, sua voz mais rouca que de costume.Ela respirou fundo, apertando os olhos, como se isso fosse capaz de fazer desaparecer tudo que lhe pesava no peito.— E quem mais poderia carregar? — respondeu, sem vira
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