Pantera narrando Mano… quando eu vi aquele olhar do Blackout pra Nath, já saquei que ia dar merda boa. Só observei de canto, rindo por dentro. O cara tava entregando tudo no olhar, e ela? Tava devolvendo na mesma moeda, mordendo o lábio igual quem sabe que tem o controle da situação.Mas enfim, deixei eles na deles, né? Não sou de atrapalhar o rolê alheio. Fiquei ali no corredor, escorado, ouvindo os passos subindo e a porta batendo lá em cima. Aí eu só pensei: Ih, maluco… agora o Black vai ver estrela até de dia.Esses dois juntos é fogo e gasolina. E eu? Só tô aqui assistindo o circo pegar fogo com pipoca na mão.Depois que o Black e a Nath sumiram pro quarto, eu dei aquela risadinha de canto e subi pro meu barraco. Já tava na hora de dar uma desligada, botar os pés pra cima e acender um. Mas aí, assim que joguei meu corpo no sofá, o celular vibrou.Olhei a tela e vi: mensagem da mandada da Janete. Só o nome dela já me dava aquele sorrisinho safado. Abri e, pá… logo uma foto, nada

Pantera narrando Acordei antes dela, com o corpo ainda pesado da noite passada, mas a mente leve… coisa rara. Levantei, fui na cozinha, preparei um café daquele jeito — não sou chef, mas sei agradar. Pão na chapa, suco, umas frutas, café forte… tudo certinho na bandeja.Voltei pro quarto e parei na porta. Cena que parecia até sonho: Janete jogada na cama, cabelo bagunçado, lençol enrolado no corpo, e aquele jeito dela de quem sabe que é gostosa até dormindo. Fiquei só olhando por uns segundos, com aquele sorriso preso no canto da boca.Quando ela abriu os olhos e me viu ali, só de cueca, com a bandeja na mão, soltou logo:— Isso tudo é pra mim ou tu veio só me provocar logo cedo?Aí, esquece. Essa mulher sabe mexer comigo. Arqueei a sobrancelha e mandei de volta:— Vai depender… quer o café primeiro ou o dono da bandeja?Ela riu daquele jeitinho safado, puxando o lençol e me olhando como quem já tava planejando outra rodada. Respondeu na lata:— Se for pra repetir o que tu fez ontem,

Nath narrando Assim que li a mensagem da Janete contando da noite quente com o Pantera, quase derrubei o celular no chão. Gritei sozinha no quarto, pulei na cama e comecei a rir feito doida. Minha amiga finalmente se entregou pro perigo e ainda por cima com aquele homem que tem cara de que não pede, manda.— A Janete pegou o Pantera, meu Deus do céu! — Falei alto, como se alguém estivesse ali pra ouvir.Fiquei eufórica real. Conheço ela há anos, sei que ela sempre foi toda durona, cheia de parede no coração, e agora vem me contar que foi virada do avesso por um cara igual aquele? Eu tinha era que zoar mesmo!Mandei mensagem de volta rapidinho:— Você ainda tá viva depois disso? Porque só de olhar praquele homem eu já fico sem ar, amiga.Ela, debochada como sempre, respondeu com uma daquelas provocações que me deixaram imaginando cena de filme quente. Aí pronto, né? Comecei a mandar emoji de fogo, risada, gritaria em caps lock… porque se tem uma coisa que a gente faz bem, é comemorar

Pantera narrando Tava lá na laje do barraco, camisa amarrada na cabeça, sol batendo forte, quando recebi a mensagem do Blackout:— Resolveu.Não precisou dizer mais nada. Eu já sabia que o bagulho tava ligado às mina que causaram. Ele é direto assim, sem rodeio. E eu também. Só que diferente dele, eu não deixo pra depois. Se tem coisa mal resolvida, eu desço e resolvo na tora.Desci pro beco já na ideia de trocar ideia com um dos menor que tinha visto a treta. Moleque me olhou meio sem graça, mas quando Pantera chama, ninguém enrola.— Fala aí, quem foi que mandou recadinho pra mina do Blackout?O menor gaguejou, tentou desconversar, mas quando eu aproximei com aquele olhar de quem não aceita meia palavra, ele soltou:— Foi a Lari, mano. Ela tava bolada porque cê sabe né… ela era do bonde antes da Nath chegar.Soltei um riso seco, aquele de canto de boca, que é mais deboche do que qualquer outra coisa. Essas mina acham que só porque colaram uma vez, tem posse. Mal sabem que coração d

Caíque narrando Meu nome é Caíque, tenho 28 anos, corpo trincado de anos de academia não por vaidade, mas porque disciplina sempre foi meu lema. Cabelo preto, bem cortado, daquele jeito que deixa até professora da academia olhando duas vezes. Olhos castanhos escuros, puxado, meio fechado, que muita gente diz que dá um ar misterioso. Sou personal trainer, e não sou qualquer um. Tenho meu nome respeitado onde passo. Já treinei gente importante, corpo de famoso, mas nada me marcou mais do que aquela fase com a Janete.Ela foi minha ruína e meu vício ao mesmo tempo. E vou te dizer… quando a vi na portaria do hotel, daquele jeito… o corpo dela no vestido colado, o cabelo solto, o cheiro que me fez lembrar de madrugada e lençol revirado… eu soube.Não superei. E talvez nem vá.Ela passou por mim com aquele sorrisinho de canto que sempre me tirou do eixo. Fingindo que não sente mais nada, mas eu conheço cada detalhe daquela mulher. Sei quando ela tá blefando… e sei também quando ela tá prov