Cada amanhecer ao lado de Mathias era um presente que nunca imaginei receber. Em meio a todo o caos que envolvia nosso passado — lobisomens furiosos do meu lado e uma vampira assassina do dele —, os momentos que compartilhávamos pareciam uma pausa na tempestade, um refúgio silencioso onde somente nós dois existíamos.Existia uma doçura inesperada na forma como ele me olhava, um cuidado sincero em seus gestos, como se cada instante ao meu lado fosse tão precioso para ele quanto era para mim.Nunca imaginei que poderia encontrar paz nos braços de alguém como Mathias, cuja presença intensa e perigosa me fazia questionar se estávamos destinados à luz ou às sombras.Mas, com ele, até os dias mais sombrios pareciam suportáveis. O peso do passado ainda nos cercava, mas não deixávamos que ele nos definisse. Não quando Mathias entrelaça seus dedos nos meus e murmura promessas silenciosas que falavam mais do que qualquer palavra.Sei que o futuro ainda era incerto, que a tempestade poderia reto

Alguns dias se passaram. Nada aconteceu, e isso só fez meu sexto sentido gritar ainda mais alto. Algo estava errado. Eu sabia que nenhum dos lados — nem os lobisomens, nem aquela vampira — havia desistido. O silêncio era ensurdecedor, e a calmaria antes da tempestade sempre foi o sinal mais perigoso.Eu precisava fazer algo. Não podia simplesmente assistir enquanto Alaíde e Mathias enfrentavam tudo sozinhos. Mesmo sendo somente uma humana, eu sentia que faltava alguma coisa, uma peça importante que eu estava deixando passar.Era uma sensação incômoda, como se estivesse prestes a descobrir algo importante, mas ainda sem conseguir enxergar claramente o que era. No trabalho, me mantinha constantemente em alerta. Durante meus plantões, apesar de Mathias dizer que eu trabalhasse tranquilamente, a inquietação só aumentava.Às vezes, enquanto verificava os prontuários ou administrava medicamentos, uma sensação estranha me invadia. Como se estivesse sendo observada. O arrepio subia pela minha

De repente, ela ficou imóvel, mas meu cérebro pareceu ter ficado em algum ponto do percurso. Ela esperou que eu descesse, e juro que tentei, mas meus músculos não reagiam. Fiquei presa a ela, enquanto a cabeça girava de uma forma desagradável.— Maya? — Ela perguntou, ansiosa.— Preciso somente de um minuto. — Arfei.— Precisamos ser rápidas. Eles não vão demorar a nos encontrar. Precisamos organizar e partir assim que Mathias aparecer.Afrouxei meu aperto em seu pescoço e forcei minhas pernas a soltar a cintura dela. Parecia que eu estava girando loucamente. Ela me arrastou com cuidado para o interior da casa e me colocou no sofá.— Se recupere, enquanto eu arrumo sua bolsa com o que é necessário. — E ela desapareceu, antes que eu pudesse responder alguma coisa.O tempo parecia se arrastar enquanto eu tentava recuperar o controle do meu corpo. Minha respiração ainda estava irregular, e meu coração martelava no peito como se quisesse escapar.Minha mente, no entanto, não conseguia se

Saí da sala sem dizer nada, ignorando os olhares confusos que me seguiam. Meu coração batia forte, mas minha mente estava focada no que eu precisava fazer. Caminhei até meu quarto, sentindo a tensão crescente no ar, e entrei sem hesitar.Fui direto até a gaveta mais baixa da escrivaninha, onde guardei tudo o que havia conseguido reunir ao longo das últimas semanas. Peguei a pasta volumosa e a segurei firme, sabendo que aquele era o momento certo para revelar o que eu tinha descoberto.Quando voltei para a sala, todos me encaravam, como se tentassem adivinhar o que eu estava fazendo. Sem dizer uma palavra, coloquei a pasta sobre a mesa e a abri, espalhando os documentos diante deles.— O que é isso? — A voz de Maximus quebrou o silêncio, carregada de curiosidade. Respirei fundo antes de responder.— Informações sobre os Ashdown. Tudo o que consegui encontrar durante essas últimas semanas.Aisha se inclinou para olhar melhor, seus olhos brilhando com surpresa. Kiron pegou um dos papéis

A tensão explodiu em um rosnado primal. Os lycans avançaram com uma velocidade impressionante, suas garras afiadas cortando o ar, prontos para esmagar qualquer resistência que ousasse impedi-los.Dalila e Alaíde, com a precisão de caçadoras experientes, pairaram ao redor, suas presenças etéreas, como sombras assassinas, disparando ataques rápidos e mortais a quem ousasse se aproximar.Os lobos inimigos reagiram com fúria, seus próprios olhos brilhando com raiva e ódio. A mulher vampira, recuou para uma posição estratégica, observando o combate com um olhar calculista, como se estivesse esperando o momento certo para agir ou para fugir.Maximus foi o primeiro a entrar em confronto direto. Com um rugido feroz, ele saltou sobre um dos lobos que tentou atacá-lo, suas mandíbulas afiadas cerrando-se ao redor do pescoço inimigo com uma força brutal.O corpo do lobo se contorceu antes de cair imóvel no chão, a vida drenada com um golpe fatal. Aisha, ao seu lado, era uma tempestade de pura for