Ivan Dragunov No alto de um prédio abandonado em Moscou, um homem de cabelos grisalhos observava com um par de binóculos o luxuoso Palácio Bravichev. Ele estava vestido com um sobretudo preto, as luvas cobriam mãos calejadas, e o olhar firme transmitia uma frieza que o tempo não havia conseguido apagar.Ivan Dragunov.O mesmo nome que há mais de uma década havia sido sussurrado como uma maldição nas trincheiras silenciosas da máfia russa. O mesmo homem que, com um único disparo, matou Alexei Sokolov , o irmão mais velho de Maxin — o herdeiro legítimo do trono.Um homem perigoso e ardiloso, capaz de se camufla e pegar seu inimigo de surpresa, sutil como uma cobra, ele conseguiu acabar com Alexei facilmente., depois desapareceu e com a chegada de Amélia fez vários fantasmas aparece. Mas Ivan não matou apenas por poder.Matou por amor.— Então ela é a nova noiva — murmurou ele, ajustando o foco do binóculo para o rosto de Amélia, que dançava nos braços de Maxin.Ela sorria com o mesm

Amélia Amélia correu pelos corredores da mansão como se fugisse de um incêndio. As luzes estavam apagadas e os quadros antigos nas paredes pareciam observá-la, julgando cada passo. O nó em sua garganta ardia, e as lágrimas corriam livremente por seu rosto.Uma dor terrível lhe atingiu, ela queria gritar alto, mas apenas correu. Ela entrou no quarto, bateu a porta com força e se encostou contra ela, tentando controlar a respiração.A pasta vermelha com os documentos ainda queimava em sua memória. A imagem de sua mãe sorrindo ao lado de Maxin... a confissão dele... o silêncio carregado de verdades não ditas.Jogou-se na cama, apertando o travesseiro contra o rosto para abafar o choro.Ela estava apaixonada. Estava completamente, perigosamente apaixonada por Maxin Sokolov. A dor que estava sentindo era em descobriu que Maxin está com porque se parece com sua mãe. E agora sabia que tudo começara com a sombra de sua mãe.— Ele não me ama, ele ama ela , ela repetiu para se mesmo.

Amélia A sala era ampla e banhada por uma luz dourada que atravessava as janelas altas da mansão. Amélia estava sentada diante de um espelho ornamentado, com as costas eretas e os olhos fixos na própria imagem. Seu vestido de prova pendia no cabide ao lado: uma obra-prima de renda e seda perolada, feito sob medida para a futura esposa de Maxin Sokolov.Ela respirou fundo, tentando ignorar o frio na barriga que não vinha do nervosismo comum de noiva — mas do peso de tudo o que havia descoberto nos últimos dias.Uma verdade fria e dolorosa, seu país era da máfia russa, ela nasceu na Rússia, sua mãe era amante do irmão de Maxin e dele também, isso é loucura, ela pensava. Era difícil imaginar que aquela menina que vivia escondida atrás de muros altos, desacreditada por todos, agora era chamada de “senhorita Sokolov ” por empregadas russas e estilistas com sotaques carregados.Do outro lado da sala, Laís entrava com dois cafés em mãos, os cabelos castanhos presos em um coque bagu