DANTE KINGSTON Agora, eu pergunto: o que é preciso para invadir um casamento? Bem, o primeiro passo é estar presente no local. Segundo, você precisa estar com a melhor aparência e, terceiro... bem, é um casamento, então preciso levar presentes. E sei exatamente qual presente vou entregar. Vou ligar para uma amiga minha. E acho que ela vai adorar vir me ajudar. Casamentos são sempre sobre amigos e família, não é? Então, preciso de uma parceira. E sei exatamente de quem preciso a bordo deste navio. Recebi uma resposta satisfatória. Ótimo. Sempre gostei de mulheres dispostas. — Algo pessoal? — ela perguntou. — Sim. Vou ao casamento de uma pessoa muito especial. E como você é uma profiler do FBI, diga-me: que tipo de caso posso conseguir com isso? Ela riu. — Eu não achei que você se lembraria de mim depois daquela noite em Ontário. Mas você se lembrou. Então, vai me contar do que se trata? Mostrei meu dedo anelar. Este foi o último presente que Marina me deu. Um anel que

DANTE KINGSTON O avião pousou conforme o previsto. Entramos no carro e a observei enfiada no canto, ainda vestida de noiva. Eu havia providenciado roupas adequadas com a comissária, mas ela não gostou muito dos meus esforços. O que me incomodava era que ela estava em silêncio, muito silêncio. — Chegamos. — Ela quase deu um pulo, mas ao me olhar, voltou ao seu estado impassível. Caminhou em direção à saída sem dizer uma palavra. Era como se estivesse funcionando como uma máquina, sem se importar com o que acontecia ao seu redor. Ela entrou e eu a segui. — Este é o seu quarto, Srta. Marina. — Ela entrou sem trancar a porta. — Venha para o escritório depois que terminar, precisamos discutir algumas coisas. — Não esperei que ela me respondesse. Tenho muito o que fazer, para ficar aqui e passar meu tempo com ela. Passei no meu quarto para trocar de roupa e segui para o escritório. Servi-me de uma bebida quando ela entrou. Ela estava parada na minha frente, agora sem vestido, ap

DANTE KINGSTON Vi minha irmã, mas ela era pequena, e vi minha mãe. Olhei no espelho, sou jovem novamente. Não, não sou tão jovem assim. Deve ser só um sonho. Ouvi um grito de medo vindo do quarto ao lado. Corri para fora e vi minha irmã assustada sentada em um canto do quarto. Abracei-a com força enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. Ela me abraçou com força e eu a abracei de volta. — O que aconteceu, mana? — perguntei. Ela apontou na direção do quarto da mamãe e do papai. Consigo ver as sombras nas paredes. — Estou com medo, Dante. Acariciei lentamente sua cabeça enquanto fechava a porta, encostando-me nela com todo o peso do meu corpo. Minha mão alcançou a fechadura e a fechei. — Está tudo bem, Ivy — sussurrei. — Promete que nunca mais vai me deixar sozinha? Ela ergueu o mindinho e eu o cruzei com o meu. — Prometo que nunca mais vou te deixar sozinha, mana. Meus olhos se abriram e vi que ainda era pouco depois das três da manhã. Aqueles pesadelos horríveis

DANTE KINGSTON Entrei no meu prédio de escritórios. Hora de tomar medidas drásticas. Já fazia três meses e eu quase não tinha visto progresso. Não sei por que esses executivos são tão leais ao meu pai. Desculpe, doador de esperma, pai é um termo que ele não merece ser chamado. E é um insulto à palavra. — Emily, você deveria estar descansando, não fazendo esse trabalho pesado. — Estou grávida, não doente, Dante. E você está pior que o Thomás. Confie em mim, uma babá é suficiente para mim em casa. Não preciso de outra no escritório. — disse ela, me fazendo rir. Devo dizer que a admiro só pelas suas respostas. — Aqui, eu sei que você vem triturando isso há algum tempo. Só, por favor, não coma na minha frente com essa combinação estranha. — Picles e manteiga de amendoim são um gosto adquirido. — disse ela, fazendo uma careta. De jeito nenhum. Eu não vou tentar isso, mesmo que me custe toda a minha fortuna. — Qual é o prognóstico? — perguntei. — Ainda estou tentando quebrar

DANTE KINGSTON Saí da cozinha com uma tigela de sopa na mão. — Marina, de que é esse bebê? — perguntei. Já fazia três dias desde o incidente. Mas ela se recusa a contar quem fez isso com ela e a comparecer à consulta médica que marquei. Além disso, se recusa a comer. Estou ficando sem opções. — Marina. — chamei. Vi que ela estava olhando pela janela, como sempre. Sem dizer uma única palavra. — Marina? — chamei novamente. Ela me olhou com o mesmo olhar vazio de sempre e então se virou, olhando novamente pela janela. — Querida, venha comer alguma coisa. — eu disse. Ela não respondeu. Coloquei a tigela na mesa, depois peguei a mão dela e a levei até o sofá, fazendo-a sentar. Ela ficou olhando para a tigela. — Coma alguma coisa. Você não pode tomar seus remédios se não comer. — eu disse, baixinho. Ela não disse mais nada, nem tentou tocar na colher. Peguei-a e soprei o líquido antes de segurar diante do rosto dela. — Por favor, coma. Você precisa de forças. Ela tomou um gole