DANTE KINGSTON
Saí da cozinha com uma tigela de sopa na mão.
— Marina, de que é esse bebê? — perguntei.
Já fazia três dias desde o incidente. Mas ela se recusa a contar quem fez isso com ela e a comparecer à consulta médica que marquei. Além disso, se recusa a comer. Estou ficando sem opções.
— Marina. — chamei.
Vi que ela estava olhando pela janela, como sempre. Sem dizer uma única palavra.
— Marina? — chamei novamente.
Ela me olhou com o mesmo olhar vazio de sempre e então se virou, olhando novamente pela janela.
— Querida, venha comer alguma coisa. — eu disse.
Ela não respondeu. Coloquei a tigela na mesa, depois peguei a mão dela e a levei até o sofá, fazendo-a sentar. Ela ficou olhando para a tigela.
— Coma alguma coisa. Você não pode tomar seus remédios se não comer. — eu disse, baixinho.
Ela não disse mais nada, nem tentou tocar na colher. Peguei-a e soprei o líquido antes de segurar diante do rosto dela.
— Por favor, coma. Você precisa de forças.
Ela tomou um gole