RAFAELNa manhã de terça-feira, fui buscar a Emma na escola.No caminho de volta, dentro do carro, percebi o silêncio dela, o olhar meio vago pela janela.— Filha? Tá tudo bem? — perguntei, olhando pelo retrovisor.Ela suspirou, daquele jeito dramático de criança.— Tô com saudade da Isa, pai.— Eu sei, meu amor.O silêncio tomou conta do carro, carregado de uma verdade que eu não queria encarar.De volta em casa, Emma entrou na sala arrastando a mochila, a alça escorregando pelo ombro, a testa franzida.— Pai? — chamou.— Oi, filha.Ela veio até mim, com aquele jeito direto que só ela tem.— A Isa vai vir hoje? Faz um tempão que eu não vejo ela.Engoli seco.— Hoje não, meu amor. Ela está ocupada.Ela me olhou por um tempo.Então sentou no sofá, jogando a mochila no chão.— Você fica meio triste quando ela não tá aqui.— Eu?— É. Dá pra ver.Ficou um silêncio entre a gente.Ela olhou para mim de novo, com os olhos tão iguais aos da mãe.Mas, pela primeira vez, não vi só a Jennifer ali
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