Gustavo LiraApós quinze dias, só nós dois naquele lugar maravilhoso, voltamos para casa e começamos a organizar tudo para que minha campanha política seja um sucesso. Por sorte, tenho bons amigos que me ajudam a conquistar muitos votos.Meus pais também nos apoiam bastante, principalmente com o Guilherme, quando não podemos levá-lo para as reuniões do partido em outras cidades. No começo, ele ficou chateado com nossa ausência, mas com o tempo aceitou, sabendo que sempre voltamos para casa.Vanessa está cada dia mais linda, exibindo o barrigão de nove meses. Hoje temos uma consulta para ver como está tudo. Ela insiste em ter parto normal; já tentei convencê-la a agendar e fazer tudo com mais segurança, mas ela permanece irredutível, então prefiro respeitar sua decisão.Ela veste um short que deixa a barriga evidente e uma blusa com laço nas costas. Assim que terminamos de nos arrumar, descemos para a refeição com a família, que veio acompanhar a reta final da gravidez da Gabi.— Mi hij

Carolina BorgesMe chamo Carolina, tenho 26 anos, mas meus amigos e minha família me chamam de Carol.Hoje me despeço dos meus colegas de trabalho que me toleram há oito anos. Trabalho em um hospital pediátrico, sou enfermeira da UTI, levo minha profissão muito a sério e amo o que faço.Estou indo embora porque passei em um processo seletivo no Rio de Janeiro. Quero sair de Manaus, crescer profissionalmente em outro lugar e, principalmente, fugir dos fantasmas do meu que me aconteceu.Meu coração se parte ao ver minha equipe, com os olhos cheios de lágrimas, me desejando boa sorte e boa viagem. Todos me chamam de louca por ir sozinha para uma cidade desconhecida e perigosa, como vemos nos noticiários.É claro que tenho medo, mas se eu não for, como vou saber se é realmente tudo isso que dizem? Além disso, é o Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa.Não que eu não ame Manaus.Minha cidade é linda, cheia de lugares incríveis, mas eu quero mais.Finalmente, meu plantão termina. Me despeço

Carolina BorgesDepois de pegarmos nossas bebidas, nos afastamos um pouco do bar e nos aproximamos da área vip. Teresa começa a rebolar até o chão, enquanto Carlos fica de olho nas mulheres que tentam chamar sua atenção. Eu, por outro lado, não estou interessada em paquerar.Nunca tive tempo para namorar; sempre estudei e corri atrás do meu crescimento profissional. Dona Clarice vive dizendo que eu deveria arrumar um namorado ou até mesmo um filho.“Não precisa casar para me dar um neto”.Enquanto observo o ambiente, esbarro em alguém por trás. Sinto um líquido gelado escorrer da nuca até as coxas e viro-me furiosa, pronta para xingar o responsável. Mas, ao ver o homem à minha frente, minhas pernas amolecem e a raiva desaparece.Ele é enorme, com certeza dois metros de altura, corpo musculoso coberto de tatuagens, olhos verdes penetrantes e lábios carnudos que chamam a atenção de longe. Mas o que me paralisa, no entanto, é o fuzil pendurado em suas costas. Minha coragem evapora; só pe

Carolina BorgesHoje é o meu primeiro dia aqui no hospital e comecei meu plantão.Até que o dia está tranquilo; temos apenas uma possível admissão, um recém-nascido de 25 semanas. A paciente já estava internada e os médicos tentavam prolongar a gestação. Seria muito melhor para o bebê permanecer no útero do que nascer prematuro.Mantive a rotina, direcionando minha equipe, e fiquei satisfeita ao perceber como todos se ajudavam para o serviço funcionar perfeitamente e não termos nenhum tipo de intercorrências. A pediatra plantonista é um amor e o médico coordenador, super profissional. E percebi que existe algo entre eles, talvez um romance discreto, e fiquei curiosa para acompanhar a evolução dessa relação.— Meninas, vou ali no RH ver se meu plano de saúde já está liberado e se posso adicionar minha mãe também. Qualquer coisa, me liguem, volto logo. — Avisei à equipe e fui em direção ao elevador, dando de cara com o bonitão grego de olhos azuis que conheci no primeiro dia.— Oi, bom d

Carolina BorgesPuxo a cadeira e sento ao lado da sua cama. Entrego-lhe a bolsa e sorrio ao vê-la feliz.— Sim, ele veio aqui com sua mãe e uma amiga sua, Alice. Que estava impaciente por notícias suas. — Ela sorri e começa a mexer na bolsa que trouxe.— Alice é assim mesmo, muito ansiosa. Estou surpresa por ela não implorar para entrar escondida aqui. — Ela dá um sorrisinho tranquilo, e aproveito para ligar para o Bruno.— Prometi algo para ele e para sua mãe, mas só faço se você ficar calma. Caso contrário, a enfermeira responsável não deixará mais ninguém entrar. — Puxo o celular e mostro a minha intenção a ela. — Não posso demorar no telefone, tudo bem? — Ela concorda, emocionada.— Tudo bem! — responde com lágrimas nos olhos.— Pare de chorar, ou não ligo! — Faço cara de brava, sem sucesso.Ela começa a rir de mim assim que ligo e vejo o Bruno surgindo na tela.— Oi, Bruno, não podem demorar. Preciso voltar para o meu setor e ela não pode se emocionar demais, tudo bem? — Vejo os