— Isso é muita coisa, né? Katherine sorriu e balançou a cabeça em negação. — Você se acostuma. — Ou você aprende a se dissociar no meio da conversa. — acrescentou Phineas, girando sua taça de vinho. — Ei, falando em traumas... — Jason começou. — Não. — Phineas o interrompeu. — De jeito nenhum. — ...lembra quando a mamãe tentou nos ensinar a fazer biscoitos? Luana levantou a mão de repente. — Não foi minha culpa. Jason apontou o garfo em tom acusador. — Você usou sal em vez de açúcar. — Foi um acidente! — protestou Luana. — Você quase nos matou! — retrucou Jason. — Este é um jantar normal para você? — Phillip tinha o nariz franzido em desgosto. — Completamente normal. — Isso constrói o caráter. — acrescentou Phineas secamente. — Isso gera problemas de confiança.— respondeu Jason. — Tudo bem, chega. — disse Luana, embora sorrisse. — Se você vai me acusar de tentativa de envenenamento, pelo menos termine seus vegetais primeiro. Jason gemeu, olhando par

Eloise ficou em frente ao espelho de corpo inteiro, inclinando a cabeça enquanto se examinava no biquíni preto que acabara de vestir. O tecido se ajustava perfeitamente às suas curvas, a parte de baixo acentuava suas pernas e a parte de cima dava sustentação suficiente sem forçar demais. Ela se virou para Jinx, que estava esparramada na espreguiçadeira do provador, mexendo no celular. — Qual você acha que me deixa mais gostosa? — perguntou Eloise, fazendo uma pose sexy. Jinx mal olhou para cima. — Preto. Sem concorrência. Eloise sorriu, admirando seu reflexo. — Boa escolha. — Mas... — acrescentou Jinx, sentando-se e mexendo as sobrancelhas — Se você quer atrair o idiota, também conhecido como Jason, você deveria escolher o rosa-choque. Eloise congelou. Então seu rosto ficou com um tom alarmante de vermelho. — O QUÊ? Jinx caiu na gargalhada. — Meu Deus, você é tão óbvia. — Eu... o quê...? não! De jeito nenhum! — Eloise gaguejou, pegando a toalha mais próxima e s

Phillip entrou na sala de reuniões, com uma expressão entediada, enquanto estendia a mão para Adônis Cooper. O aperto de mão foi firme, mas, por baixo da superfície, a raiva crepitava como um fio desencapado. Nenhum dos dois ousou reconhecer a guerra silenciosa que estava sendo travada entre eles. Adônis sentiu o irritação dos próprios erros estampados em sua cara. Ver Phillip agora, o homem que Katherine escolhera, no homem em quem confiava, só aguçava ainda mais seu arrependimento. Ele havia se feito de bobo, movido pelo ego e pelo impulso, a constatação queimou como uísque em sua garganta, amarga e punitiva. Phillip, por outro lado, era movido por uma raiva maior e latente. Ele sabia que Katherine jamais voltaria para Adônis, não depois de tudo, mas também sabia que homens como Adônis nunca paravam de tentar. Era nisso que ele não iria confiar, na esperança persistente nos olhos de Adônis. Phillip apertou a mão dele com mais força antes de soltá-la, e começar a falar com a voz

Phillip não conseguia registrar as vozes ao seu redor quando Jason e Eduardo entravam em ação, limpando metodicamente o bolo destruído. Sua mente estava presa em um limbo de pensamento.A ameaça não era mais uma possibilidade distante e iminente.Estava aqui.Olhando-os na cara.Deixando sua mensagem distorcida na forma de lâminas de barbear. Sua respiração era superficial e irregular. O nome que lhe vinha à cabeça era impossível.Emma.Ela o fizera desviar o carro naquela noite. Ele se lembrava, a forma como os nós dos dedos dele ficaram brancos no volante, a curva fechada quase os jogando na contramão. O grito estridente dela. O puro terror em sua voz. E então... o fim.Disseram a ele que ela morreu no impacto.A lembrança o atingiu como um maremoto. Mas não foi a dor que o revirou, foi o gosto amargo da traição.Porque antes daquela noite, ele a havia flagrado. De novo. Em um beco, enrolada no mesmo cara com quem a encontrara antes, mãos entrelaçadas, lábios murmurando segredos des

Adônis Cooper estava sentado no escritório, tamborilando distraidamente os dedos na mesa. Ele continuava ali suprimindo a curiosidade que o atormentava, curiosidade sobre Katherine. Mas, ao olhar o relógio, percebeu que já havia se passado mais de uma hora e meia. Com um suspiro, pegou o celular e discou para o escritório de Phillip.— Hastings Enterprises, aqui é o Noah.Adônis se recostou.— É, eu queria remarcar com o Sr. Hastings. Ele simplesmente saiu correndo.A resposta de Noah foi imediata e concisa:— Entraremos em contato em breve, Sr. Cooper. O Sr. Hastings teve assuntos familiares urgentes. Peço desculpas."Assuntos familiares urgentes." As palavras reviraram algo dentro de Adônis. Ele não tinha o direito de ficar chateado, afinal, aquela era a sua bagunça. Engolindo o gosto amargo na boca, levantou-se e pegou sua bolsa, decidindo se registrar em um quarto.Ele atravessou o saguão, com uma única mochila preta pendurada no ombro, seus olhos escuros percorreram a área com in