O perfume cítrico e de pinho permeava a casa enquanto Katherine limpava a mesa de jantar pela terceira vez, embora já estivesse impecável. Phillip chegaria em casa em breve e, por razões que não conseguia explicar, ela queria que tudo estivesse perfeito quando ele entrasse por aquela porta. Talvez fosse apenas hábito, ou talvez fosse a sensação de que, por mais que esfregasse, não conseguiria se livrar da preocupação.Ela passara a maior parte da tarde procurando desesperadamente, sem esperança, o local perfeito para o casamento. Não deveria ter sido tão difícil. Meses antes, ela já havia garantido um local lindo com tetos abobadados e lustres românticos. Mas isso fora na época em que estava noiva de Adônis. Quando cancelou o casamento, recebeu o depósito de volta, como se fosse uma restituição de uma vida que ela não queria mais. E agora, nada que ela via parecia perfeito.Katherine suspirou e se encostou na mesa, esfregando a testa. Queria algo significativo, algo que expressasse o

O sol se punha sobre a cidade. Dentro de um restaurante sofisticado com janelas do chão ao teto, Ester pousou seu copo de água gelada, a condensação escorreu contra a ponta dos dedos. Ela deu um sorrisinho e seus olhos brilharam ao encontrar o olhar de Natasha.— Sabe... — murmurou Ester, girando a água distraidamente no copo — se vamos fazer isso, precisamos nos esforçar ao máximo. Seu aniversário não é só mais uma festa. É O EVENTO. E, mais importante, é a nossa oportunidade.Natasha reclinou-se luxuosamente em seu assento, batendo o dedo bem cuidado na haste de sua taça de champanhe.— Convidei todos os produtores, atores, roteiristas e diretores de primeira linha. Se você tiver um nome nesta cidade, estará lá. — Ela jogou seus cachos dourados por cima do ombro. — Vai ser o evento mais exclusivo e comentado do ano. E já que estamos falando nisso... bem, digamos que alguém está prestes a descobrir qual é o seu lugar.Ester se inclinou para a frente, sua voz se transformando em um su

Os imponentes portões de ferro da Mansão Cooper rangeram ao se abrirem, revelando a longa entrada que levava à propriedade enquanto Ester se aproximava, com uma das mãos apoiada na curva da barriga.Quando chegou aos degraus da frente, as portas duplas se abriram, revelando Adoria Cooper. Alta e elegante, a mãe de Adônis se portava com uma graça natural, mas hoje havia dureza em sua postura e gelo em seu olhar. Ela outrora adorara Ester, acolhera-a como a filha que nunca tivera. Isso foi antes da traição. Antes de Adônis vir até ela, devastado e desiludido, revelando a verdade sobre o que Ester havia feito.— Ester — cumprimentou Adoria, a voz marcada por uma frieza inconfundível. Seus olhos percorreram a barriga inchada da jovem, demorando-se apenas o suficiente para reconhecê-la antes de voltar a encará-la. — Isso é inesperado.Ester soltou um suspiro trêmulo, disfarçando sua irritação com uma vulnerabilidade bem ensaiada. Seus olhos brilharam, o equilíbrio perfeito entre arrependim

— Então me diga, marido... — ela disse lentamente — quando exatamente você planejava me contar que engravidou sua amante? Adrian ficou rígido. Seu maxilar se apertou com tanta força que Savannah jurou ter ouvido seus dentes rangerem. A sala mergulhou em um silêncio sufocante, quebrado apenas pelo farfalhar das fotos incriminatórias se arrastando no chão. Savannah inclinou a cabeça, cruzou os braços enquanto o observava hesitar em responder. — Nada a dizer? — ela provocou, com a voz perfeitamente calma e irônica. — Nenhum discurso grandioso? Nenhuma atuação digna de um Oscar onde você jura que o filho não é seu? — Ela soltou uma risada aguda. — Porque, Adrian, se você sequer pensar em culpar outro pela sua paternidade, eu pessoalmente vou incendiar cada um dos seus contratos com a Marvel. Adrian cerrou os punhos ao lado do corpo, seu corpo tenso se estivesse se preparando para a queda. — Onde você ouviu isso? Savannah soltou um estalo irônico com a língua e atravessou a sala, peg

Adrian Evans invadiu sua cobertura, seus caros sapatos de couro batendo no chão furiosamente como um trovão. Seu rosto estava contorcido de ódio, os olhos arregalados, a respiração ofegante e raivosa. No sofá, Ester estava sentada de pernas cruzadas, colocando uma batata frita na boca, com os olhos grudados na televisão. Ao ouvir o som da porta batendo, ela se virou, e seu rosto se iluminou ao vê-lo. — Amor! O que você está... Antes que ela pudesse terminar, a mão de Adrian desceu com força sobre seu rosto. O tapa fez sua cabeça virar para o lado, o gosto de sal e gordura substituído pelo gosto metálico de sangue quando seu lábio se partiu. A sala girou por um instante, seu cérebro lutando para compreender o que acabara de acontecer. Ele bateu nela. Ele realmente bateu nela. — Que diabos...?! — ela engasgou, segurando a bochecha ardendo. Adrian já estava em cima dela, elevando-se sobre ela com um olhar tão cruel que a fez revirar o estômago. — Quem diabos você pensa que é?! —