A boate estava lotada, ainda bem que eu já havia feito a reserva. Nos três primeiros minutos, o Demétrio já estava trocando contato com uma loira.Eu fui pra área vip, joguei minha carteira e o meu celular na mesa e esperei ele.Demétrio: Você viu que gostosa? — E a minha secretária, Demétrio? Não deu certo com ela? Demétrio: Eu ainda como ela as vezes. E a Yanka? Resolveu todas as questões com ela mesmo?— Eu fiz tudo perfeito, cara, falei com o Pyter, com a minha mãe, eles foram viajar, deixaram a casa só pra nós dois, eu me desculpei, fui romântico, chegamos a conversar sobre a Melissa, eu deixei claro que não a amava mais, fui totalmente transparente, mas ela não fez o mesmo, tentei conversar sobre o Matheus e ela não quis, eu a respeitei, achei que fosse uma conversa pra outro momento. Daí, quando foi hoje, peguei ela conversando com o Matheus na orla. Demétrio: Caralho! Você não fez nenhuma merda né mano? — Não! Muito pelo contrário, eu até cumprimentei ele. Mas a Yanka foi

YANKA ..Fiquei olhando pra tela, pensando se, apertar em "discar", era a melhor solução pra resolver minhas questões com o Rodrigo.Mas, definitivamente, aquela atitude não seria pra resolver nada, seria como ressuscitar um monstro adormecido.Quando pensei em tudo o que o Rodrigo poderia estar fazendo na balada, em pleno fim de semana, cheio de mulheres bonitas, loucas pra dar a buceta pra um homem como ele, eu apertei em discar, sem titubear.Matheus: Yanka? Ele poderia ter dito Oi, Yanka. Mas, a forma como ele pronunciou o meu nome, parecia mais um..."Porquê você está me ligando"?...— Oi, você está ocupado?Matheus: Eu estava indo atrás de algo pra comer na orla. Mas, pode falar.— Olha, eu ainda não jantei, e tenho vinho aqui.Ele ficou em silêncio por alguns segundos, e eu ouvi quando ele respirou forte.— Se você não quiser vir, eu vou entender.Matheus: Eu quero, de verdade. Mas, estou pensando se isso vai ser só por hoje, ou...— Eu não tenho essa resposta ainda, Matheus.

RODRIGO ..Eu me recusei a deixar a Yanka estragar a minha noite, tentei controlar a minha fúria, e acabei descontando tudo na bebida.Demétrio: Vai com calma aí, cara.O Demétrio me alertou, depois de eu virar outro copo com Whisky.— Já está decidido cara, volto para a empresa nessa segunda. Nova vida, nova semana e nova realidade.Demétrio: Faz bem, a empresa está em crescimento, e nada melhor do que o dono para administrá-la como deve ser.— Eu nunca vou ser capaz de agradecer tudo o que você fez por mim e por essa empresa, cara. Mas, nada mais justo do que você ser o meu sócio. Ele ficou me encarando, com um sorriso contido no rosto.Demétrio: Cara, quando você não tiver mais nenhum pingo de álcool no sangue, eu vou acreditar no que você me diz, por enquanto, vou torcer para você se lembrar disso amanhã.— Eu tô falando sério cara, tô sóbrio. Eu vou dar entrada na papelada e você será oficialmente o meu sócio. Um brinde a nós.Falei, levantando o copo e virando tudo logo em se

Caminhei em direção a porta de acesso a casa, quando ela me interrompeu no meio do caminho.Yanka: Não aconteceu nada entre eu e o Matheus ontem, nós só jantamos e conversamos.Eu queria ignorar, queria entrar em casa e dar aquela conversa por encerrada, mas não consegui e me virei pra ela novamente.— E isso importa, Yanka? Qual era a sua intenção com ele? Porque não aconteceu nada?Ela ficou em silêncio, e desviou o olhar. Estava ali, bem na minha frente, a personificação da inocência, só que não...— Já entendi tudo. Ele não quis, não é? Eu conheço muito bem o Matheus, ele pode ser um pau no cú as vezes, mas não gosta de indecisões, nem ser a segunda opção de ninguém, provavelmente, ele deve ter se tocado que você só estava usando ele pra me atingir. Quer um conselho? Não faz isso não, Yanka, isso faz de você uma garota fútil e suja.Yanka: Não fala assim comigo, Rodrigo. Só falta você me chamar de vadia agora.— Eu vou entrar, já chega dessa conversa.Yanka: Tudo bem, Rodrigo, eu

Eu respirei fundo, como se precisasse reunir todo o ar possível para me manter firme até o fim daquela conversa. Era a primeira vez, em muito tempo, que eu olhava para os meus pais e estava disposta a abrir cada gaveta da minha vida recente, até aquelas mais empoeiradas e cheias de lembranças difíceis.Comecei do início.Contei sobre a visita ao Rodrigo na cadeia, cada detalhe, cada sensação incômoda, cada silêncio pesado. Não escondi nada, nem mesmo as partes que me deixavam vulnerável. Falei sobre como aquilo tinha mexido comigo e, aos poucos, levei o relato até o momento em que o Diego entrou na minha vida.A minha mãe manteve aquela expressão de esfinge, um rosto quase impossível de decifrar. Se ela fosse jogadora de pôquer, teria ganho todas as partidas da vida. Já o meu pai… ah, ele começou a conversa com o semblante rígido, os braços cruzados e aquele ar de “não sei se vou aprovar isso”. Mas conforme eu falava sobre tudo o que o Diego fez por mim, sobre como ele não apenas me t