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Capítulo 31
Capítulo 31LunaA pasta com os arquivos de Félix estava aberta à minha frente, e ao meu lado, Dante, ainda com a camisa aberta nos punhos, observava a mesma linha de documentos com uma intensidade muda. Um silêncio incômodo nos envolvia.— Olha isso — murmurei, puxando uma folha amarelada. — Aqui tem um contrato assinado por Félix. Ele prestava consultoria de segurança para uma empresa de fachada que pertencia ao pai de Marcelo. Só que... — franzi o cenho — essas datas não batem. Meu pai sumiu antes disso.Dante pegou o papel, analisando cada linha como se fosse um mapa.— Talvez não tenha sido um desaparecimento. Talvez tenha sido fuga.Engoli em seco.— Você acha que ele fugiu por medo?— Ou por culpa. Se ele soube demais, se envolveu demais... e depois quis sair... Rivas não perdoa esse tipo de deserção.Meu estômago revirou. A ideia de que meu pai, um homem de quem eu mal tinha lembranças, podia ter sido parte do início de tudo... era como se as raízes da guerra tivessem passado
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Capítulo 32
Capítulo 32LunaA estrada de terra parecia interminável. Cada buraco no caminho sacudia o carro como se quisesse nos alertar: vocês não deviam estar aqui. Mas já era tarde demais. A essa altura, o silêncio entre mim e Dante não era desconfortável, era foco. Era tensão comprimida entre batimentos acelerados.O envelope que eu segurava no colo ainda parecia queimar meus dedos. Dentro, fotos antigas, registros de propriedades, nomes vinculados a cartéis e, o mais surpreendente, uma certidão de nascimento com o nome “Félix Santiago”. Meu avô. Um nome que eu mal ouvira enquanto crescia. Mas agora ele voltava como um espectro puxando nossos passos para o passado.— Estamos chegando — Dante murmurou, diminuindo a velocidade quando uma entrada encoberta por árvores surgiu à frente.Um portão enferrujado se abriu lentamente com o comando de um dos homens de escolta. A fazenda era grande, decadente, com telhas quebradas e janelas lacradas por dentro. Mas havia algo vivo ali. Algo pulsando sob
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Capítulo 33
Capítulo 33LunaA fazenda continuava a assombrar meus pensamentos, mesmo depois de termos voltado para São Paulo. O cheiro de madeira apodrecida, o rangido do portão velho, os arquivos mofados escondidos sob o assoalho falso... Tudo ainda estava em mim. Mas nada me atingiu tanto quanto aquele nome.Félix Santiago.Meu pai.Eu disse em voz alta pela primeira vez dentro do carro, no caminho de volta. Dante não disse nada. Apenas apertou o volante com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. O silêncio dele não era medo, era milimetricamente pensado. Estratégia. Raiva.Agora, no escritório da casa, a luz da manhã filtrava pelas persianas e lançava sombras sobre os documentos espalhados sobre a mesa. Um dossiê inteiro, montado por Chiara e Giovanni, com registros do passado de Félix — fotos, transações, conexões com nomes da máfia que eu jamais tinha escutado... e outros que agora conhecia muito bem.Incluindo Marcelo Rivas.— Ele não morreu — sussurrei. — A história do desapare
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Capítulo 34
Capítulo 34LunaFélix estava ali, no andar de cima. Podia ouvi-lo andar, mesmo quando tentava ser discreto. O som dos passos dele ecoava mais na minha mente do que nos corredores silenciosos da casa de Dante. Era estranho pensar que aquele homem, aquele fantasma do passado, dormia sob o mesmo teto que eu.Era mais estranho ainda que eu mesma tivesse trazido ele até aqui.Desde que o encontramos, eu e Dante tínhamos mantido o silêncio sobre o assunto. Cada um imerso em seus próprios conflitos. Eu não sabia como agir. Olhar para Félix era como encarar uma parte de mim que sempre foi proibida. Um passado que me esconderam. Um nome que diziam estar morto. E agora… ali estava ele. Vivo. Cansado. Cheio de coisas que ainda se recusava a me contar.Sentada na sala, com uma manta sobre as pernas, tentei focar no livro que Chiara havia me emprestado. Não consegui passar da terceira linha. As palavras escorriam pelos meus olhos como água. Inúteis. Distantes. Meu foco estava em outro lugar. No s
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