Capítulo 33LunaA fazenda continuava a assombrar meus pensamentos, mesmo depois de termos voltado para São Paulo. O cheiro de madeira apodrecida, o rangido do portão velho, os arquivos mofados escondidos sob o assoalho falso... Tudo ainda estava em mim. Mas nada me atingiu tanto quanto aquele nome.Félix Santiago.Meu pai.Eu disse em voz alta pela primeira vez dentro do carro, no caminho de volta. Dante não disse nada. Apenas apertou o volante com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. O silêncio dele não era medo, era milimetricamente pensado. Estratégia. Raiva.Agora, no escritório da casa, a luz da manhã filtrava pelas persianas e lançava sombras sobre os documentos espalhados sobre a mesa. Um dossiê inteiro, montado por Chiara e Giovanni, com registros do passado de Félix — fotos, transações, conexões com nomes da máfia que eu jamais tinha escutado... e outros que agora conhecia muito bem.Incluindo Marcelo Rivas.— Ele não morreu — sussurrei. — A história do desapare
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