Gabriel forçou uma risada, apertando a mão dela antes de se afastar para pegar um waffle, usando o movimento para desviar do olhar dela. — Só cansado de lidar com essas coisas, amor. Jacques está no pé da Giana, mas até agora, nada. — Ele mordeu o waffle, o sabor doce quase insípido contra a amargura que o consumia. — Prometo que não é nada para você se preocupar. Gabriel garantiu a fachada o melhor que pôde durante o café da manhã, trocando sorrisos solicitados e respondendo às provocações de Isabella com um humor que não sentia. Elana, embora tentasse manter a leveza, continuava lançando olhares preocupados na direção dele, a mão ocasional apertando a dele sob a mesa. Quando os waffles acabaram e as canecas de café estavam vazias, Gabriel se levantou, limpando as mãos na calça. — Bom, vou dar um pulo em casa para me trocar e ir para o trabalho. — disse. Ele se inclinou para beijar Elana, demorando um pouco mais do que o necessário, como se quisesse se agarrar àquele momento. —

Isabella comemorou, já pensando nos detalhes. — Um colar delicado, brincos pequenos, e um salto bege para alongar. Talvez uma bolsa clutch para fechar. Você vai dominar aquele palco. — Ela segurou os ombros de Elana, o tom firme. — E quando você estiver lá em cima, lendo suas palavras, vai esquecer o Michael, a Giana, tudo. Esse é o seu momento, amiga. Enquanto caminhavam pelo shopping, o burburinho das lojas e o aroma de café misturado com frituras da praça de alimentação enchiam o ar. Isabella, ao seu lado, apontava para as opções de comida, decidindo entre sushi e uma salada caprichada. — Vamos de sushi, Elana. Nada como uns rolinhos para comemorar esse vestido perfeito. — disse Isabella, com um sorriso travesso. — E, sério, você precisa relaxar. Elas encontraram uma mesa perto de um painel de plantas artificiais, o barulho de conversas e talheres criando um fundo vivo. Enquanto comiam, Isabella continuava falando, sugerindo acessórios para o vestido e tentando manter o clima

Elana balançou a cabeça, ainda processando a surpresa, mas sentiu uma onda de confiança crescer dentro dela. Ela guardou o manuscrito na bolsa, o peso do papel com a nota “Você é suficiente” escrita à mão servindo como um lembrete de sua jornada. — Está bem, Isa. Vamos lá. — Ela terminou o champanhe em um gole rápido, o líquido aquecendo seu peito. — Hoje é meu dia. Isabella levantou a taça em um brinde final. — Pelo seu sonho, sua escrita, e por arrasar naquele palco! — Elas tilintaram as taças, o som cristalino ecoando no quarto. Enquanto desciam as escadas, Elana sentiu o nervosismo se transformar em determinação. O vestido verde-esmeralda era sua armadura, Isabella sua aliada inabalável, e Gabriel, com sua limusine e seu apoio incansável, era a prova de que ela não estava sozinha. O palco da livraria em Nova Iorque a esperava, e ela estava pronta para viver o sonho que sempre perseguiu, com cada palavra que a trouxera até ali. Na calçada, Gabriel estava parado ao lado do ve

Ela olhou para a fila novamente, vendo rostos animados, alguns até acenando ao perceberem a limusine. A energia da multidão era como uma corrente elétrica, e Elana sabia que precisava canalizá-la. Quando a porta da limusine se abriu, o som da multidão ficou mais alto, uma onda de vozes e aplausos espontâneos saudando a chegada. Elana respirou fundo, sentindo o tecido do vestido como uma extensão de sua força. Com Gabriel ao seu lado, Isabella e Clarisse logo atrás, ela saiu do carro, o flash de câmeras e os gritos animados da fila enchendo o ar. Elana sentiu o chão sob seus pés como se fosse um palco antes mesmo de chegar ao teatro. Os flashes das câmeras piscavam como estrelas, e os gritos animados da multidão ecoavam em seus ouvidos, misturando-se ao batucar acelerado de seu coração. Ela acenou, um gesto instintivo, o sorriso tímido contrastando com a energia vibrante ao seu redor. A equipe da Buzzy, eficiente e organizada, rapidamente a envolveu, guiando-a com Gabriel, Isabella e

A produtora sinalizou da coxia, indicando que era hora da sessão de perguntas, mas Elana sabia que aquele momento já era seu. Ela olhou para a plateia, para os rostos que acreditavam na sua história, e sentiu, pela primeira vez, que estava exatamente onde deveria estar. — Eu sei que vocês querem mais, mas parece que está na hora de responder algumas perguntas de vocês. Quem quer ser o primeiro? Mãos se ergueram pelo teatro, uma onda de entusiasmo. Elana apontou para uma jovem na quarta fila, de cabelos cacheados e olhos brilhantes, segurando o livro com anotações coloridas. Um assistente da Buzzy entregou um microfone à garota, que se levantou, visivelmente emocionada. — Oi, Elana, sou Clara — disse ela, a voz tremendo de emoção. — Eu engoli esse livro em um único dia! Ele é tão profundo, e Isadora parece tão real. Quanto de você está nela? Tipo, tem algo no coração da Isadora que veio direto do seu? Elana deu uma risada baixa e olhou na direção da coxia, de onde Gabriel assistia