EULÁLIA — Você quer proteger uma besta sangrenta. — Usavam as mesmas palavras para falar de você. Wulfric afastou seu rosto do meu e segurou meu queixo. Um ato possessivo e dominante. — O que você quer? — perguntou sério. Era meio decepcionante que um momento bom como o anterior havia se tornado uma medição de força de vontade contra a autoridade máxima. — Você disse que cabia a mim escolher. Que eu poderia decidir. Mas você quer que eu faça o que você quer e não tenha opinião própria quanto a isso. Os dedos dele apertaram minha pele onde estavam, meus braços e abaixo do queixo. “O que há com você?” Apertei levemente os olhos tentando ler sua mente também. Ele parecia querer entrar na minha alma. Mas então, apertou os lábios e deixou que os dedos voltassem a ser leves. — Quer deixá-lo livre? — Sabia que ele é apenas uma criança ainda? — não fui compreendida e isso me fez sorrir com graça. — Ele foi forçado a crescer assim que aprendeu a falar. Ele sequer deve saber escre

EULÁLIA— Eu sou o novo Beta do Alfa Supremo! — disse com orgulho, me fazendo abrir um sorriso alegre.— Que maravilha, Reymond! — quase o abracei para felicitar sua conquista merecida, mas recordei que tipo de pessoa era meu companheiro, por isso, somente estendi a mão para apertar como felicitação sincera.Reymond aceitou de bom grado, tendo o rosto um pouco mais corado enquanto agradecia por minha participação ilusória no seu prêmio.— Não pense que eu tive algo a ver com isso. Wulfric sabe melhor que ninguém que esse cargo é apenas seu. Você é a escolha perfeita para ser o Beta! — assegurei, dando um último aperto em suas mãos com ambas as minhas.— Agora ninguém poderá tentar pisar em você, nem mesmo no conselho. — sorri verdadeiramente.— Isso é bom. De verdade. — Como sempre, não disse muito, mas eu queria me expressar, afinal, tinha algo em mente.— Eu odiava como eles tentavam o afugentar antes. Era irritante! — Reymond pareceu surpreso com as minhas palavras.— Ah! Como já s

WULFRIC Todos a esperavam do lado de fora do castelo, onde a imensa área antes desocupada agora estava cheia como nunca havia ficado. Todos participavam, com exceção das crianças de cada alcateia, que neste momento estavam dormindo nos quartos do castelo. Porém, uma dessas crianças, que se aproximava da adolescência, espiava pela janela mais próxima. Quando passamos por esse lugar, ele se encolheu quando percebeu que eu o tinha sentido. Raphaelio estava nos observando, curiosamente interessado para sua idade. Fingi não notar de verdade, para que ele não se sentisse muito assustado. Um dia, ele seria um ótimo lobo, que provavelmente faria parte da minha família. Essa era a impressão que eu tinha ao vê-lo. Alguns murmúrios surgiram diante da nossa presença. Muitos não conheciam Eulália. Outros só sabiam sobre as histórias que a tinham levado até ali: como o julgamento a tinha feito parecer uma assassina fugitiva. Não era de se surpreender que pensassem que ela só não foi morta por