Dominic Lexington — E quanto ao meu filho? Ele não deveria nascer agora. A data prevista estava para daqui a um mês e uma semana.O médico se levantou da borda da cama, e tivemos que esperar Baby e mais um grito prolongado, até que pudéssemos voltar a falar. – Bom, não é o ideal, mas nessa idade gestacional, seu filho já está pronto para nascer. Estamos preparados para qualquer tipo de suporte que ele possa precisar, mas eu acredito que com esse tempo, ele vá receber alta junto com a mãe.Eu espero que sim. Não quero ter que matar mais ninguém. A tensão no quarto estava começando a acabar comigo. Nem mesmo o ar condicionado estava sendo o suficiente para conter o suor que escorria da testa da minha garota. Meio desesperado, meio sem saber o que fazer, eu andei até ela. Mas tinha certeza de que seria assassinado a qualquer segundo, e por isso, tirei minha arma e a posicionei com o coldre travado e o joguei para trás das minhas costas.Minimizando riscos...O rosto dela ficava vermelh

Baby OrtizAva chegou dois dias depois que meu Carlo nasceu, com um sorriso, um buquê de flores que cobria seu rosto envergonhado e um grande pedido de desculpas enfiados em uma caixa enorme de chocolates. Mas isso não bastaria para que eu a perdoasse pelo segredo que havia guardado de mim.Sempre estranhei que a relação entre eles fosse algo um pouco diferente, e por tantos momentos, percebi que havia um clima no ar. Não de romance, por Dominic, com certeza, não os teve antes, mas, um clima...A enfermeira entrou no quarto empurrado a incubadora, e meu bebê lindo estava dormindo ali dentro. Suas bochechas eram rosadas e grandes de uma forma que faria você sentir vontade de apertá-las. O cabelo liso escorrido, assim como o meu, o deixava ainda mais fofo, quase com uma aparência artificial de tão perfeitinho. Mas a cereja do bolo, definitivamente, era o polegar enfiado na boca de cerejinha, tão fofo, e ele fazia barulho enquanto o sugava.Eu estava suspirando de amor. Mas a caixa foi

Baby Ortiz Eu não sabia se tinha tido um parto tão difícil que um coagulo soltou para a minha cabeça e eu estava começando a ter um cérebro falho, mas desejei fortemente que esse fosse o caso. Meus dedos começaram a tremer, meu coração a acelerar, e eu não consegui disfarçar, porque a droga do meu peito ficava subindo e descendo com o meu nervosismo.“Nervosismo é morte, bonequinha...”, aquela voz voltou a minha mente, e por mais que eu a odiasse com todas as forças, respirei fundo e tentei recuperar um pouco do controle que eu sabia que ainda tinha.— Por favor, me dê o meu filho. – Minha voz não continha qualquer tipo de humor, mas eu tinha certeza de que me fiz séria o bastante para que ele obedecesse.Agora, sabendo quem Dominic era, eu tinha uma ingrata noção de quem cada um deles era, e o que significavam. Dizer que eu estava realmente calma seria uma mentira de bosta. Eu estava praticamente arrancando os cabelos, e sinceramente, desejava com todas as minhas forças matar o filh

Baby OrtizA humilhação só acaba quando ela bem quer. Bom, eu pensei que sairia do hospital desfilando com o meu bebê nos braços, ou, ao menos, andando como fazia antes. Eu não esperava que meu andar de pinguim fosse ficar pior, e que eu teria três cães de guarda atrás de mim.Bem, foi exatamente assim, não é? Um Cavalieri levando meu bebê, andando a meu lado, de um jeito estranho que eu nunca pensei que fosse acontecer. O Don da cosa nostra, estranhamente segurando um urso imenso, e uma cesta, com um balão voador pairando em cima dele. Não me levem a mal, porque o homem é lindo e tem cara de mal. Podia apostar que até tinha uma arma escondida em algum lugar, mas olhando o contexto geral, a situação estava para lá de ridícula.Tudo isso, não ficou melhor com Dominic levando uma bolsa azul bebê e uma mala minha.Entrei no carro e todos eles me olharam com cara de preocupados. Meu humor também não estava dos melhores.Cavalieri se encarregou de me entregar o Carlo, e eu o coloquei no be

Baby Ortiz O quarto estaria completamente escuro, não fosse a pequena passagem de luz pela fresta da janela, deixada ali propositalmente para que eu conseguisse ver o Carlo dormindo sossegado. No entanto, a figura tensa parada no meu quarto me deixou bem mais inquieta.A sinfonia tensa que se formou na minha mente pareceu piorar conforme meus olhos foram descendo em direção às mãos da Ava. Mais propriamente, ao que ela segurava entre seus dedos, como se aquele pedaço de papel velho contivesse o segredo da vida eterna.Desconfortável, estanquei ali por meio minuto, até tomar coragem de ir até onde ela estava. – O que faz segurando isso? – meus alhos apontaram para o envelope deixado pelo meu pai.Qual interesse Ava poderia ter com isso?— Ah, desculpe. – Seu tom de voz fraco fez a minha nuca se arrepiar. Eu estava me sentindo gelada, e se já achava que ela estava estranha antes, agora tudo se intensificou bem mais. – Eu estava arrumando as gavetas.— E achou por bem pegar o que não te