Baby Ortiz Um mês havia se passado. Eu nem podia acreditar que consegui sobreviver tanto tempo com a dor latente pulsando no meu peito, mas estava aqui, não apenas viva, mas carregando uma pessoa dentro de mim.Sentei numa cadeira para descansar meus pés por um segundo. Só um minutinho... Eu estava exausta, com fome e com sono, mas ainda aguentava firme todos os dias da mesma forma. Toda vez que sentia estar fraquejando, pensava na minha avó. Eu queria ser como ela. Queria ter a força dela.Então, quando o homem mal-encarado passou do meu lado olhando feio para mim, fui obrigada a levantar. Mesmo que ele não tenha gritado dessa vez, suas reclamações silenciosas eram quase sempre tão eficazes quanto seus xingamentos, ou as ameaças de uma possível demissão.Eu preciso desse emprego...Concentre-se, Baby. Não mande esse idiota ir tomar naquele lugar escuro. Fechei meus olhos, absorvendo o enjoo, respirando fundo, e expulsando o ar em seguida. Toquei na minha barriga que começava a fina

Baby Ortiz. Saber que Dominic não queria me ver já era algo esperado, mas eu tinha que entender o porquê. Precisava saber os motivos, então insistir para que Sara me deixasse entrar foi a coisa mais humilhante que eu já tive que fazer na vida, mas não se comparou com a coisa seguinte.Só que a recusa não pareceu doer tanto quanto saber que ele, na verdade, havia me proibido de sequer chegar perto dele.Comecei a chorar na frente da mulher que, amigavelmente, me deu uma carona até a empresa de Dominic depois de saber de como tudo havia acontecido entre nós.— Baby? – Olhei para o lado.Algo iluminou o meu rosto quando Dilan começou a caminhar na minha direção. Sara aproveitou a deixa para voltar ao trabalho de fininho, provavelmente temendo as reações do chefe.Abri os braços e o abracei antes que Dilan tivesse qualquer reação. Na verdade, pensei que ele me empurraria, por que Dominic odiava esse tipo de contato. No entanto, ele me abraçou mais apertado, e por alguns segundos, eu me s

Baby Ortiz. Toquei a campainha algumas vezes, porque estava desesperada demais para esperar, e já não sabia o que fazer ou para quem correr. Eu só queria ser abraçada. Queria que alguém me dissesse que tudo ficaria bem. Eu precisava que alguém dissesse que me amava, ao menos um pouco.Carência? Eu sei. Mas sofro com complexo de abandono, e ninguém pode me julgar.Toquei a campainha mais uma vez. Estava muito frio do lado de fora, e para piorar, eu tinha viajado a noite toda. Era, provavelmente, madrugada, agora, e eu sabia que havia uma possibilidade de que estivesse ocupada.Cristal abriu a porta, os olhos dela estavam apertados, e ela mal parecia ter voltado totalmente para o corpo quando abriu a porta, enrolada em um edredom. Mesmo assim, de alguma maneira, não parecia surpresa por eu estar ali, o que foi bem estranho.Pare de ser paranoica, Baby...Eu me atraquei com ela, em um abraço de desespero, em que chorei tanto que senti minhas pernas tremerem. Cristal me segurou, por que

Dominic Lexington Saber que todos haviam seguido com a vida me deixava feliz, mas igualmente angustiado. Em algum momento Cesare encontraria outra noiva para mim, porque era assim que as coisas funcionavam. Ela provavelmente só nunca entenderia o motivo pelo qual eu certamente a faria tão infeliz. Isso se, eu realmente chegasse a me casar. Havia obrigações, é claro, mas porra nenhuma me faria estar com outra, se meu cérebro ainda achasse que, de alguma forma, eu acabaria perdoando a Baby. Ao menos estavam felizes agora. Exceto eu, é claro. Cesare em sua viagem com a esposa e os filhos, e Cavalieri confinado naquela porra de casa na montanha que ele adorava.Eu havia me esquecido de resolver as merdas com a família da Baby, e para bem da verdade, cheguei a cogitar liberta-las. Baby mentiu tantas vezes que me fazia duvidar se todo o resto não era mentira. Só que porra, não tinha como ser. Eu não conseguia acreditar que ela fora tão boa atriz por tanto tempo. Então, depois de alguns m