Sullivan acionava meio escritório, tomado pelo rancor. "Brown..." Ele forçava a memória. "Brown..." Um sobrenome tão comum. "Helena Jones BROWN!" Ele a via diante de si, despeitada, ousada, indômita. A raiva escalava. — Descubram o que puderem sobre a Capitã da Imigração Helena Jones Brown. - Sullivan ordenava sua equipe. - Quero tudo! Onde trabalha, onde vive, quem são seus amigos, seus subordinados.... Agiliza! - Helena ouvia as ordens, satisfeita. - Eu vou te pegar, Brown.— Sabe, agente? Há uma velha história que conta que um sábio e seu discípulo estavam a beira de um riacho quando ouviram um barulho muito alto. - Sullivan ouvia, atento. - Então, o Mestre perguntou ao discípulo se ele ouvia o barulho e o menino confirmou que sim. O velho seguiu e perguntou o que o rapaz ouvia e o jovem o informou que era uma carroça. - Helena, odiosa, estalou a língua. - Por fim, o mestre perguntou se a carroça estava cheia ou vazia, o discípulo, prontamente, disse que estava vazia, até que o Me

Helena pagou pela conta, uma transferência única, serenamente. O vendedor desacreditava que aquela meninota era a cabeça por ali. — Pode pedir que sejam entregues ou nos ligar para que busquemos, por favor? - Ela tinha a voz mansa e suave, elegante e usava lentes azuis perfeitas, que lhe davam a aparência de uma fada. — Entregamos, senhora. - O homem disse. - Assim que as licenças forem emitidas e as placas fixadas. — Muito obrigada. - Ela sorriu, parando o homem. Luiz se divertia. Já tinha perdido o ar com ela naquele dia. - Vamos, querido? - Ela sorriu, estendendo a mão ao segurança. — Sim, senhora Lopez. - Ele lhe dava o braço. — Temos outro veículo na propriedade? - Helena perguntou. — Sim, senhora. Temos duas SUV à disposição. - Ele disse. — Poderíamos voltar, por favor? - Ela pediu. A mulher era dona de uma elegância ímpar. Na casa, vê-la na piscina fazia Luiz entender um pouco da patroa. Oito cicatrizes. Sete no abdômen e uma no braço. De todas, quatro pareciam marcas de

Dario via a foto de Helena, exuberante. "IM-POS-SÍ-VEL! Vimos o corpo. A caminhonete destruída. Não pode ser." Ele via as tantas semelhanças, aquela poderia ser sua Helena. Os olhos fechados o riso frouxo, o corpo sensual. Tudo naquela mulher era Helena. — Chego à tarde. Investigue. Encontre tudo sobre ela. - Dario ordenou a José.— Sim, chefe. - O homem concordou, olhando o ponto vazio na estrada. Ordens eram dadas, a vida dela era investigada. Luiz desceu da moto, triturado. Helena parava para fumar e beber um refrigerante numa conveniência de estrada. Causava desconforto com sua beleza rara. Para além de atrair olhares, parecia sempre pronta para uma boa briga. — Você não é muito certa da cabeça, não é, meu anjo? - Luiz se aproximou, desafiando-a, provocava como um irmão mais velho.— Reclame com o papai do céu. Não tenho culpa se ele me fez assim... - Ela se indicava. - Com essa personalidade de um algodão doce. - Gargalhou. Viajaram por quase meia hora, a quase duzentos por ho

Com extrema dificuldade, abandonaram o veículo no meio do nada e atearam fogo. Luiz ligou para um conhecido. Dario acendeu um cigarro, rindo da situação. — Essa mulher é doida! - Luiz ainda se exaltava.— Quando topou o serviço, o que disseram? - Dario se interessava. — Algo do tipo que era uma viúva rica, muito deprimida, que necessitava de um motorista e um segurança. - Luiz se acalmava. - Pra mim, que era uma velhota, enrugada, resmungona, chorona, feia, rica e ressentida. Imagina a minha surpresa quando vi aquele monumento se aproximando de mim, o tamanho da minha surpresa. Quando ela me beijou, chamando um tal Dario, Mictlán, quase tive um troço! Estava chapada. Louca de tudo. A primeira coisa que ela fez foi arrumar duas motos esportivas e correr a duzentos por hora, quase me matou. Já apontou arma pra mim e agora... agora que você me diz que essa psicopata é sua ex, uma migra, treinada. Treinada!— Tem a pior parte. - Dario sorria, orgulhoso. — Como piora? - Luiz voltava a f

Helena demorou a se acalmar, Dario a acolhia. "Eu vi o que fizeram com você, meu amor." Ele ponderava, chacoalhando o corpo, para frente e para trás, suavemente, com ela nos braços. "Precisamos liberar você de seus grilhões, querida." Ele afagou o dispositivo sob a pele dela, marcada como um animal exótico. Dario adormeceu, com ela no colo. — Ela, simplesmente, não morre. - Ethan voltava a receber a localização de Helena, deixando o pensamento lhe escapar em palavras surpresas. Rhodes o via olhar perplexo para uma tela, era o sinal de Helena, ainda estava viva. — Quanto é necessário para até o inferno rejeitar alguém? - O militar perguntou, vendo a mesma informação que o marido.— Fico impressionado com isso. Era, obviamente, uma missão suicida. - Ethan, friamente, ponderava. - Não é ela quem atrapalhou todo o fluxo de operações? Desde a cadeia básica de remunerações até o passe dos coiotes de Della Rosa? — Por anos. - Jeferson confirmou. - O marido a gente resolveu, mas ela? - Rev