O casamento com Roxana era uma sentença de morte para a minha liberdade. A ideia me sufocava, um peso incômodo que me prendia a uma vida que não desejava. Muito mais atraente era a promessa de uma ruiva atrevida em minha cama, a promessa de uma noite sem compromissos, sem a sombra da responsabilidade familiar que pairava sobre mim como um falcão faminto. Então, busquei refúgio na rotina familiar, na administração dos postos de abastecimento, agora localizados na região abastada da italia . Era um trabalho árduo, envolvendo a negociação de substâncias controladas, um mundo obscuro e perigoso que me permitia, ao menos por algumas horas, esquecer o fardo do casamento iminente. Resolvi alguns problemas urgentes, lidando com fornecedores e evitando conflitos, antes de retornar à minha casa, onde era o patriarca . Ao chegar, a conversa animada de Tiffany e Brianna na varanda me atingiu como um soco no estômago. Elas tagarelavam, despreocupadas, enquanto eu carregava o peso do meu cargo. Ig

O peso do estresse acumulado nos últimos dias me esmagava. Só queria paz. Demarco me chamou para o Clube Diabo Vermelho, nosso reduto de negócios e uísque. Um lugar frequentado apenas por homens influentes. Aceitei o convite, convidei Derrick, e ali estávamos nós três, imersos na penumbra avermelhada do local, saboreando o uísque. __"Não gosto desse lugar...", murmurou Derrick, sua voz carregada de desaprovação. __"Seu problema não é o lugar, é a presença feminina, maninho. Em qualquer lugar que vamos, você reclama das mulheres", rebati, com um sorriso irônico. __"Você está com a língua afiada hoje, hein?", respondeu ele, enquanto Demarco gargalhava. Uma garçonete loira se aproximou elegantemente. __"Mais alguma bebida, senhores?", perguntou, com um sorriso profissional. __"Você, meu doce, em uma banheira de espuma", respondeu Demarco, com sua habitual desenvoltura. Ela sorriu, serviu o uísque, e Demarco, sem cerimônia, a puxou para seu colo. _"Qual seu nome?", pergunto

Os últimos dias foram um inferno. Ângelo, com sua presença constante e seu olhar possessivo, me perseguia noite após noite no clube. Ele me chamava incessantemente para sua mesa, um jogo cruel de poder, para provar quem mandava. Chegava em casa exausta, jogava-me na cama e dormia, um ciclo infernal de cansaço e angústia. Era como se estivesse morta em vida. Hoje, Kim veio me visitar. Ela queria saber sobre o trabalho, e quando contei sobre o "Diabo Vermelho", seus olhos se arregalaram. A conversa foi direta e dolorosa: __"Você está fazendo programa agora?". ___ "Claro que não", respondi, "só atendo mesas". __No início só servirá mesas, mas depois acabará dormindo com os clientes... __Só servirei mesas. __ Não seja inocente, Sofia. No início te deixarão à vontade, mas depois vão te coagir e você acabará cedendo... Fiquei em silêncio, olhando para minhas mãos. __Se depender de Moretti, isso nunca acontecerá. Ele vai todas as noites e fica me vigiando, impedindo que qual

A porta se fechou com um estrondo, selando-me no silêncio opressor da minha própria casa, um refúgio que agora se transformava em prisão. As lágrimas, represadas até então por uma força de vontade sobre-humana, romperam a barreira e inundaram meu rosto. A mão na boca, mordida com força bruta, silenciava meus soluços desesperados, um esforço silencioso para não acordar meu pai, mergulhado num sono profundo no sofá da sala. O quarto de Mávie, estranhamente trancado, era um prenúncio do terror que me aguardava. Meu quarto, um cubículo minúsculo que abrigava tanto a minha cama quanto os mantimentos da despensa, me recebeu em seu abraço poeirento. Um espirro violento, provocado pela poeira densa, me fez tossir. Sacudi a cama, numa tentativa inútil de afastar a sujeira física que refletia a sujeira da minha alma. Deitada, os olhos fixos no teto branco e desbotado, as imagens da noite anterior me assaltavam, cruéis e implacáveis. O homem, o cheiro nauseabundo de seu hálito, o contato repu

Deixei Sofia em meu apartamento e liguei para Derrick e Demarco, que me encontraram na esquina. Demarco foi direto ao assunto: — Qual a urgência de nos chamar a essa hora da noite, Angelo? Respondi sem rodeios, era do meu perfil ser bastante direto e ácido. — Precisamos resgatar alguém. A curiosidade de Derrick era palpáveltanto que ele não se conteve e perguntou:___ Quem?— A irmã de Sofia. A incredulidade deles era visível no silêncio que se seguiu, quebrado apenas pelo olhar de espanto que trocaram. — Como assim?, Demarco finalmente perguntou. Expliquei com riqueza de detalhes: — O pai delas, klovis, perdeu uma aposta e a entregou como pagamento.A pergunta seguinte era inevitável: — E o que você tem a ver com isso? Nós, o que temos a ver?— Sofia será minha se eu trazer a irmã dela de volta. E vocês devem lealdade a mim. Me ajudem. A hesitação deles era compreensível, Derrick resmungou: — Perdeu o juízo, irmão? Ainda não superou aquela menina?Olhei-os firmement