O ar condicionado do apartamento de Roxana zumbia baixo, um contraponto ao silêncio pesado que se instalou entre nós depois do sexo. Deitado nu na imensa cama king-size, senti o algodão egípcio fresco contra minha pele ainda quente. Rosana, ao meu lado, dormia levemente, os cabelos ruivos espalhados pelo travesseiro como chamas apagadas. Este apartamento, presente de aniversário, era nosso refúgio, um espaço onde a intimidade, tão escassa em sua casa, podia florescer. Mas a paz era efêmera.
__“Pegue um uísque para mim.” falei,.minha voz cortando o silêncio
__“Já, amorzinho.” Respondeu
Ela sabia que eu odiava apelido melado, mas chamava mesmo assim.
Aquele “amorzinho” era um prelúdio para o que vinha a seguir, e eu sabia disso.
__“Você sabe que odeio apelidos, né?” Murmurei, mais para mim mesmo.
__“Por isso mesmo estou falando.” Ela sorriu, um sorriso lento, que revelava mais do que palavras alguma vez poderiam.
Ela saiu rebolando, o vestido de seda escorregando pelos ombros, re