O cheiro do café com leite ainda estava fresco quando dei mais um gole devagar. Meus movimentos eram lentos, cuidadosos… o corte ainda latejava, mas eu já conseguia respirar sem tanta dor.A luz da manhã entrava pelas frestas da janela e, por um momento, tudo parecia calmo. Até a porta se abrir.Ergui os olhos devagar. Alessandro.Respirei fundo. Internamente, pedi paciência aos céus, mas por fora, me mantive firme. Não valia a pena começar outro embate. Pelo menos não agora.Ele se aproximou da cama devagar, como se estivesse pisando em ovos.— Como você tá? — perguntou, a voz mais baixa do que o normal.— Bem — respondi, sem muita emoção.Ele assentiu, mas não disse mais nada. O silêncio se esticou entre a gente como um fio tenso prestes a arrebentar.— Vai receber alta hoje? — ele perguntou, quebrando o gelo.Assenti com a cabeça, enquanto mexia distraidamente na borda da xícara.— Ótimo… então eu te levo pra casa.Fiz uma careta automática, largando a xícara no pires.— Não precis
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