LIA As últimas semanas haviam sido de tortura lenta. Com a gravidez avançada e a certeza de que Alexandre e eu éramos cúmplices contra ela, Lídia abandonou qualquer pretensão de boa madrasta. Ela não podia me tocar, mas podia ferir Lorena, e a cada dia, sua crueldade se tornava mais evidente. Ela ignorava Lorena na mesa de jantar, deixava a menina de lado em brincadeiras, e as correções eram sempre feitas com sarcasmo, ferindo a autoestima de Lorena. Eu alertava Alexandre sobre os abusos emocionais, mas ele estava imerso na caçada às provas, e Lídia sempre tinha um álibi para sua histeria de grávida. O estopim veio numa tarde chuvosa. Lorena estava sentada no chão da sala de estar, colorindo um livro de desenhos. Lídia, que estava tentando dormir no sofá e falhando miseravelmente, se levantou, irritada com o som dos lápis. — Lorena, você não consegue ficar quieta por um minuto?! — Lídia sibilou, a voz áspera. Lorena encolheu-se, assustada. — Desculpe, Lídia. — "Desculpe" não a
Ler mais