Capítulo 111 Um bebê no banco de trás. O mundo na mira.O volante escorregava entre os dedos trêmulos de Júlia. O suor colava seu cabelo na nuca, e o banco do carro parecia cada vez mais desconfortável. O bebê dormia, encolhido no bebê-conforto no banco de trás, alheio ao caos que envolvia sua existência. Seus pequenos murmúrios de sono eram a única música que acompanhava os quilômetros intermináveis.Seis dias. Era esse o tempo que levava por terra entre Seul, na Coreia do Sul, e Doha, no Catar — cerca de sete mil quilômetros cruzando fronteiras, idiomas, culturas e, principalmente, o medo.Júlia havia deixado Seul com documentos falsos, um passaporte forjado, placas trocadas e um mapa criptografado que Celeste lhe entregou. A ordem era simples: desapareça com ele. E ela obedeceu. Partiu sozinha, evitando aeroportos, trens e qualquer meio de transporte monitorado. Tudo de carro. Tudo calculado. E ainda assim, tudo absolutamente apavorante.A travessia inicial até a China foi a mais
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