Tank se lembrava perfeitamente de como era se apaixonar pela noiva, aliás sabia exatamente quando aconteceu, mesmo que na época fosse idiota demais para admitir.Deu um sorriso triste, um que dizia tudo sobre como se sentia todas às vezes que se lembrava do quanto foi miseravelmente menos do que o mínimo para a mulher que amava.— Ela não tinha nada para sorrir, então se contentou com um travesseiro e uma camiseta minha. Porra, cara. Se isso não é motivo para amar uma mulher eu não sei mais bosta nenhuma da vida. Então eu me lembrei de quem ela é. Comecei a escrever bilhete. A deixar uns papelzinho besta na porta dela. “Te amo”, “Estou com saudade”, “Pensei em você quando vi tal coisa”. Comecei a ler uns livros de romance de mulher, só para saber o que dizer pra ela se eu tivesse a chance. O chefe sempre dizia, esteja pronto para a oportunidade ou ela vai ser só um acaso. Fiz isso, me preparei como deu e a oportunidade veio. E aí eu agi como se fosse outra mulher, uma nova Dállia, e e

Olívia quase se levantou de tão chocada que ficou com a pergunta da amiga.— NÃO! Claro que não.— Me responde uma coisa, com sinceridade, tá? O Nick olha pra você com desejo? Tipo com vontade de te devorar?— Não sei, acho que sim. Ele me olha com carinho, com cuidado. Às vezes quando eu estou dormindo ele me toca de um jeito diferente, a pele fica quente, ele mexe em mim e eu finjo que ainda estou dormindo porque é muito bom. Uma vez ele gozou só encaixado entre as minhas coxas, não dentro. O gemido dele fez eu gozar também. Queria que fosse toda noite, eu comecei a dormir sem calcinha para provocar, mas é só às vezes.— E porque não disse isso para ele?Olívia mordeu o canto da boca, nervosa. Achava vergonhoso demais admitir que gostava de ser tocada daquele jeito.— Não! Ele vai achar que eu gosto de ser abusada, pensar que eu sinto saudade do que acontecia comigo. Que eu prefiro a força.— Não é abuso! É o seu marido gritando que está louco de tesão por você e você está me dizend

O rapaz sorriu e apesar do escuro, os olhos dele brilharam, Olívia ainda era a mesma menina doce de bochechas vermelhas que perdeu o ar quando ele a levou para o quarto.Mas sentia que ele já não era mais o homem pelo qual a sua ratinha se apaixonou.Ela conheceu um homem quebrado, que usava a arrogância para disfarçar o medo e a vida tinha batido tão pesado que ele se sentia outra pessoa.E se ela preferisse o bad boy inconsequente ao homem que era hoje?— Eu sei, minha ratinha. E eu também te amo, exatamente do mesmo jeito que te amava quando assistimos ao filme do homem-peixe, lembra?— A forma da água! Eu amei aquele filme!— E eu amei assistir ele com você. Acho que aprendi a gostar de cinema com você.Saíram de mãos dadas do cinema e ele a levou para um restaurante que ficava dentro de um rancho afastado, no meio do Texas, com cordões de luzes penduradas entre as árvores, mesas ao ar livre, música country suave tocando ao fundo e o cheiro de carne grelhada e madeira.Poderia esc

Os olhos de Nick transbordaram, não foi capaz de evitar, mas ele não disse nada. Só deixou a esposa continuar, a cada palavra dela, ele se odiava mais por não visto o quanto Olívia estava perdida.Ela não era como as outras mulheres, nunca foi. E ele sabia disso, não era só por ela ter sido criada no interior de uma cidade tradicional, mas principalmente porque quando Olívia não estava na escola, ela era dopada pela mulher que a criou.Os filmes que assistia eram de super-heróis e via junto com o padrinho que na época também não conseguia ver muito além do básico.Ele esperou e Olívia continuou acreditando que se Nick a levasse para um médico que terminasse o que ela não conseguiu sozinha, tudo daria certo.— Quando a linha passou doeu muito. Não consegui continuar. Mas, eu queria não ser tão aberta, você pode me ajudar? Eu não quero perder você.Nick se sentou devagar, passou as mãos pelo rosto, respirou fundo. Precisou reuniu todo o autocontrole que tinha para não desabar junto com

Nick demorou antes de ter coragem para falar, e quando conseguiu, a voz estava baixa.— Ratinha, você iria comigo na terapia? Um lugar longe, só nosso, ninguém precisa saber, a gente vai e fala sobre o que assusta a gente.Ela o olhou quase magoada.— Eu…?Nick balançou a cabeça que sim e curvou ainda mais para conseguir encaixar o queixo no ombro dela.— Eu preciso de ajuda, Olie. Não estou bem. Faz tempo que não.— Nick, como assim? Terapia é para quem está desequilibrado, você tá bem, eu falei besteira, Thor, só me desculpa, pode ser?Ele sorriu de um jeito triste, os olhos cheios de lágrimas que tentava prender há tempo demais.— Eu escondo. Brinco, faço essas piadas idiotas. Tento parecer forte. Mas, eu me odeio, Olíe.Ela tentou virar, mas Nick apertou ainda mais o abraço.— Me odeio porque tudo parece errado, sabe. O pior dia da minha vida, foi o melhor dia da minha vida. Se isso não é loucura, eu não sei mais o que é.Olívia apertou as mãos dele sobre sua barriga, sentindo os