O silêncio que caiu entre eles era espesso, quase palpável. Apenas os dois, frente a frente, envoltos pelas palavras que haviam dito, pelo passado que haviam rasgado em voz alta. A lasanha esfriava, esquecida sobre a mesa, mas a verdade... essa fervia.Carly se inclinou ligeiramente. Seus olhos, cravados nos dele, tinha algo de incômodo e hipnótico ao mesmo tempo.— Pedro... — sua voz saiu baixa, mas firme. — Você realmente me ama?A pergunta pegou-o desprevenido. Ele assentiu sem pensar, instintivamente, mas ela não sorriu.— Você me ama... mesmo — ela se levantou com calma, aproximando-se. — Ou ama a ideia de me ter?Pedro mordeu o lábio inferior. Um gesto automático, denunciando a culpa que lhe pesava no peito. Seus passos eram leves, quase silenciosos. Ele a seguiu com o olhar, tenso, como se esperasse que ela se transformasse a qualquer instante. Havia algo diferente nela, algo que ele não conseguia decifrar. Então, num movimento quase imperceptível, ela inclinou-se e o beijou.
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