Matthew passou pela cozinha e subiu direto para o banheiro. Sentia-se no controle, poderoso. O uso da cocaína realçava seu lado narcisista, libertando algo ainda mais sombrio — um contraste completo com os momentos em que estava na bad. Nesses, tornava-se alguém totalmente diferente.Abriu a porta do banheiro e se serviu com mais drogas. A cada aspirada, sentia-se ainda maior, melhor. Esfregou um pouco na gengiva e, em seguida, encarou o espelho.“Isso, Matt, muito bem.” — ouviu novamente a voz, dessa vez suave.Olhou ao redor e voltou-se para a imagem refletida. Franziu a testa e aproximou o rosto.“Isso, querido... sou eu.” — a voz ficou ainda mais suave, quase um sussurro.Matthew encarou ainda mais o espelho e então percebeu que aquela voz saía dele. Ou talvez fosse ele... ou, quem sabe, uma amiga que acabara de descobrir.A voz soava suave, agradável de se ouvir — pelo menos naquele momento. Mas, analisando agora, depois do susto, percebeu que ela o incentivava. Ele não estava ac
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