Clarice ficou parada, olhando fixamente para a garotinha à sua frente. Foi então que ela percebeu que os olhos da menina eram idênticos aos de Lorenzo. Naquele instante, algo dentro dela foi profundamente tocado, atingindo a parte mais sensível de seu coração. As memórias vieram como uma onda avassaladora, trazendo à tona lembranças do pequeno ser que ela nunca teve a chance de conhecer. Cada detalhe desse passado, cada pensamento sobre a filha que partiu tão cedo, cortava sua alma como lâminas afiadas. Ao pensar na filha que perdeu, os olhos de Clarice começaram a se encher de lágrimas. Ela tentou com todas as forças segurá-las, recusando-se a deixá-las cair. Não queria, de maneira alguma, assustar a garotinha à sua frente, que demonstrava tanta coragem ao expressar seus sentimentos. Laura, ao notar a expressão de Clarice, ficou visivelmente aflita e confusa. Com o rosto preocupado, ela deu um passo à frente, estendendo a mãozinha e tocando suavemente o braço de Clarice. Era com
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