— Venha aqui! — Ele disse, sem sequer levantar a cabeça para me olhar.Eu, arrastando a mala, estava prestes a caminhar até ele.De repente, ele falou:— Deixe a mala aí, ninguém vai pegá-la.O tom, ainda por cima, carregava um leve traço de desdém.Fiquei surpresa por um instante e, então, larguei a mala na porta, caminhando diretamente em direção a ele.Quando me detive diante de sua mesa, vi que ele assinava os documentos com fluidez.Esse homem era, de fato, muito bonito e, surpreendentemente, sua caligrafia também era belíssima.Permaneci diante da mesa por bastante tempo, mas ele continuou em silêncio.Comecei a me irritar e não contive a voz:— George...Eu detestava aquele silêncio de espera. Ou ele me dizia de uma vez tudo o que tinha a dizer, ou me dava alguma ordem concreta para executar.Ficar assim, tensa, aguardando que ele falasse, era realmente insuportável.Só então George ergueu os olhos.Fechou o documento, se recostou preguiçosamente na cadeira e sorriu para mim:—

Franzi a testa, sem entender por que ele sempre pensava daquela maneira.Se houvesse outro homem, eu simplesmente teria pedido para ele me levar ao hospital e não teria passado a noite inteira enlouquecendo com George.Eu ainda estava deitada sobre a mesa do escritório, com vários botões da blusa no peito arrancados por ele e boa parte do sutiã já à mostra.Quando tentei me erguer, constrangida, ele insistiu em pressionar meus ombros, me fitando com um olhar feroz.— Diz aí, se houvesse outro homem, você não precisaria mais de mim, não é?— George, para com isso, está bem?Olhei para ele com certa impotência, sem saber o que mais poderia fazer para que se acalmasse, para que me deixasse em paz.Os sentimentos dele estavam cada vez mais difíceis de serem decifrados.Ele inclinou ligeiramente a cabeça, se aproximando do meu rosto, e disse em tom grave:— Agora você está lúcida. Me diz com sinceridade: se, naquela hora, quem tivesse salvado você fosse o Bruno... Naquela noite, você teria

Meus olhos se arregalaram."Na secretaria? Mas não fica justamente ao lado da sala do presidente? Então ele realmente quer que eu trabalhe sob o seu nariz!"Mariana deu um sorriso forçado e disse a ele:— George, o Departamento de Secretaria não está com o quadro completo? Se eu soubesse que a Srta. Valentina viria, teria cedido essa vaga para ela. Afinal, meu nível de escolaridade não é tão alto quanto o da Srta. Valentina, nem minha competência é tão grande quanto a dela."Hum! Que falsidade."Lancei a Mariana um olhar de desprezo.Depois que percebi quem ela realmente era, constatei que sua falta de vergonha e sua repugnância não tinham limites.George não me olhou, apenas respondeu a ela de forma indiferente:— Você não é inferior a ela. Faça bem o seu trabalho e não se preocupe com ela.— Mas o quadro de pessoal do Departamento de Secretaria já está cheio, e agora? — Insistiu Mariana.Apressadamente, intervim:— Isso mesmo, Presidente George, veja se não há outro cargo vago.Georg

— Não. — Retruquei sem expressão alguma.Ele curvou os lábios num sorriso gélido, e a zombaria voltou a se acentuar entre as sobrancelhas.Em seguida, se aproximou do meu ouvido e, com um tom carregado de segundas intenções, disse:— Além desse salário mensal de vinte mil, você também pode ganhar dinheiro de outra forma. Se me agradar, o que eu te der vai ser, no mínimo, igual... Provavelmente mais.Desviei o olhar para o sarcasmo e a leviandade que curvavam o canto dos lábios dele, e compreendi de imediato o que ele queria dizer com "outra forma de ganhar dinheiro".Eu já sabia: ele me mantinha sob os olhos, presa sob seu controle, apenas para me humilhar.Apertei a mão ao lado do corpo e, com o rosto impassível, respondi:— Agradeço a sua boa vontade, mas não preciso ganhar dinheiro dessa maneira.George soltou uma risada de desprezo e disse, num tom lento e profundo:— Acredita em mim, você gosta tanto de dinheiro que vai acabar precisando. — Falou com uma convicção absoluta.Não di

Quando as portas do elevador se abriram, vi que era ninguém menos que o Bruno.Ao lado dele estava um homem usando máscara e boné, que parecia ser Gustavo.— Valentina? — Bruno me olhou, surpreso. Em seguida, uma expressão de emoção surgiu em seu rosto elegante. — Valentina, onde você esteve todo esse tempo? Até trocou o número do celular. Eu procurei você por toda parte.Eu também estava profundamente surpresa.Não esperava encontrar Bruno justamente na empresa de George.Mas, pensando melhor, me lembrava de que eles ainda mantinham aquela parceria anterior. Nesse caso, não era de se estranhar que Bruno estivesse ali.O homem de máscara, de repente, lançou um olhar para a a mesa de escritório à minha frente e perguntou, com voz calma:— O que você está fazendo?Ao ouvir aquela voz, tive certeza: era realmente Gustavo.Me recordava de que Clara havia comentado antes que Gustavo era, naquele momento, o ator mais popular do mundo do entretenimento.Não era de admirar que ele usasse másca