AndreasO ferro é pesado, a corrente queima como fogo negro, mas não posso ceder. Não agora.O silêncio do cativeiro é quebrado apenas pelo som de água pingando, como se o tempo escorresse em gotas, lento, cruel.Penso, calculo, observo.Já estive em celas antes, mas nenhuma tão impregnada de magia. Este ferro não é apenas metal: é feito para nos conter, para impedir que a fúria da lua responda ao chamado. Ainda assim, todo feitiço tem uma falha. Toda prisão pode ser quebrada.Apenas preciso de tempo.Meu olhar se volta para eles.Meus filhos.Benjamin e Bernardo.Onze anos de vida e já aprisionados como presas. Deitam no chão frio, inconscientes, mas sei que logo acordarão. E quando o fizerem, não saberei se poderei protegê-los.Annabelle está na cela ao lado, acorrentada como eu, os olhos inchados de tanto chorar. Ela tenta ser forte, mas a vejo se despedaçando por dentro. O cheiro da dor dela é quase insuportável.De repente, um gemido baixo ecoa.Meus filhos se movem.— Benjam
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