Ela sussurrou quase inaudível, mas o cheiro metálico do sangue invadiu seus sentidos, fazendo-a sentir uma onda de náusea e pânico. Seus dedos trêmulos tocaram o meio das suas pernas e, nesse momento, seu coração parou de bater. Um grito silencioso se formou em sua garganta quando ela percebeu a umidade quente e viscosa. Seu olhar se fixou na mão, e o mundo pareceu congelar quando ela viu a mancha vermelha intensa. — É sangue... — sussurrou ela, sua voz trêmula e quase inaudível, enquanto o pânico e o medo a engoliam. — Por favor, Oliver, me leve para o hospital. — pediu ela, com a voz baixa e fraca, mas carregada de desespero e terror. Oliver não tinha ouvido, a voz de Antonella saía como um gemido, assim que percebeu ela se levantando e viu o sangue escorrendo, seu mundo começou a desmoronar. Ele soltou o celular, a voz da atendente soando enquanto batia no chão, um som distante e irrelevante em meio ao caos que se instalava. Desesperado, ele a pegou no colo e a levou para fora

Os médicos trabalhavam em silêncio, seus rostos sérios e concentrados, cada movimento preciso e calculado. A tensão no ar era palpável. Oliver sabia que eles estavam fazendo tudo o que podiam, mas ele não conseguia parar de sentir um medo profundo que o envolvia, um medo que ameaçava consumir sua alma. Maicon via a angústia nos olhos do sobrinho e sentiu um aperto no próprio coração. Com um olhar compassivo, ele disse: — É agora. Vamos tirar a bebê agora. Oliver sentiu um choque emocional, seu coração disparou e ele teve a sensação de que estava sendo arrancado de si mesmo. Ele ficou dividido entre olhar para Antonella e ver o que estava acontecendo com a pequena, sua mente girando em um turbilhão de pensamentos e emoções. Ele segurou a mão de Antonella com mais força, sentindo a frieza de sua pele, a falta de resposta. Enquanto os médicos trabalhavam para salvar a vida da pequena, Oliver sussurrou: — Você ouviu, meu amor... nossa princesa vai nascer. — As palavras saíram

Oliver segurou Antonella perto de si, sentindo o calor do seu corpo e o cheiro suave da sua pele. Ele a envolveu em um abraço apertado, como se pudesse protegê-la de todo o mal do mundo. A ideia de soltá-la era insuportável, e ele sentiu um nó se formar em sua garganta ao pensar em perdê-la de vista. Os médicos e enfermeiros estavam trabalhando freneticamente para estabilizar a situação, mas Oliver não conseguia tirar os olhos de Antonella. — Oliver, vamos levá-la para a UTI — disse Maicon, sua voz calma e compreensiva, mas Oliver podia sentir a preocupação subjacente. Ele não queria que eles a levassem embora, não queria que ela fosse arrancada de seus braços. A necessidade de cuidados intensivos era evidente, mas Oliver sentiu um desespero crescente ao pensar em Antonella sendo levada para longe dele. Ele acompanhou a equipe médica até a UTI, seus olhos fixos em Antonella enquanto ela era conectada a vários monitores e máquinas. — Ela vai ficar bem, tio? — perguntou Oliver, su

Como havia dito a Letícia, ele se dirigiu à UTI neonatal onde Stella estava. Ele estava nervoso e ansioso para enfim ver a pequena que ele aprendeu a amar como filha. Com os pensamentos conturbados, saiu do elevador, seus passos pelo corredor era pesados e lentos, mas de repente, parou abruptamente, seu coração afundou ao ver uma presença indesejada parada em frente à porta da UTI, perguntando sobre Antonella e a bebê.Collor e Alfredo estavam pressionando a atendente para obter informações, suas vozes altas e agressivas ecoavam pelo corredor. Oliver sentiu uma onda de raiva e indignação crescer dentro dele."O que esses dois estão fazendo aqui?"— pensou com os olhos estreitos.Ele fechou as mãos em punho, sentindo as unhas cravarem-se nas palmas das mãos, enquanto puxava o ar lentamente, tentando controlar a raiva que ameaçava transbordar. Ele fechou fortemente os olhos se alto repreendendo. Ele sabia que ali não era lugar para briga, mas era difícil manter a calma diante daqueles do

Oliver entrou no quarto, seu coração martelando no peito com uma intensidade que ameaçava sufocá-lo. A possibilidade de estar ali, naquele momento, olhando para a filha que poderia ser biologicamente sua, era um pensamento avassalador. Seria um capricho do destino Antonella ter recebido seu esperma ou uma mera coincidência? Ele caminhou silenciosamente, seus passos abafados pelo tapete, e se aproximou de Beatriz, que lhe ofereceu um sorriso caloroso. — Que bom que conseguiu vir, meu filho. Ela é realmente um presente de Deus para as nossas vidas — disse Beatriz, seus olhos brilhando com carinho enquanto olhava para Oliver. Ele tentou responder, mas as palavras ficaram presas na garganta. Um sorriso débil surgiu em seu rosto enquanto ele se aproximava da incubadora. A ansiedade e a emoção o dominavam, tornando difícil manter a compostura. Quando seus olhos encontraram a pequena Stella, um tsunami de emoções o invadiu. Lágrimas quentes e salgadas brotaram em seus olhos, e ele não