O semblante de Karina estava rígido e feio, não podendo evitar franzir a testa:— Com licença, por favor, me solte.Ela percebeu que a situação não poderia ser resolvida de forma tranquila. Karina segurava o dispositivo na cintura, pronta para chamar o gerente para ajudar.No entanto, ela hesitou...Se ela causasse problemas para o gerente esta noite, as futuras solicitações de ajuda se tornariam ainda mais difíceis. Talvez, naquela noite, ela tivesse que pedir demissão e sair daquele lugar!— Espere. — Durante a confusão e o conflito interno, de repente, a voz de Ademir soou.Karina parou, olhando para ele.Justamente naquele momento, Ademir também olhava para ela, e os dois se encararam brevemente. No entanto, a maneira como ele a olhava não parecia ser exatamente uma observação dela.Seu olhar estava completamente desprovido de qualquer calor, mais parecendo a análise de um objeto.Assim que Ademir falou, todos naturalmente pararam.Ele não disse mais nada, apenas ficou a observá-la

Na quarta-feira, ela foi a primeira a chegar, já com tudo pronto para o trabalho.— Karina. — O responsável, ao vê-la, fez um lembrete. — Esse cliente tem uma identidade um pouco especial, você precisa ficar atenta.— Pode deixar. — Karina sorriu. — Todos os clientes aqui têm uma identidade especial.Eram todos ricos ou nobres.O responsável continuou:— Este também é um cliente regular. Não consegue dormir, está com dor de cabeça, e diz que a nossa massagem não funciona. Ele foi ao hospital, o médico receitou remédios para o sono, mas nada adiantou. E ainda pensa que uma massagem aqui vai resolver? O que ele acha que somos?Karina sorriu e respondeu:— Não se preocupe, pode falar o que quiser, eu só escuto.O responsável a olhou e disse:— Você tem um temperamento ótimo, não tem problema, só fico preocupado em você se sentir desconfortável.— O trabalho é assim mesmo, e eu sou paga para isso, então não há motivo para desconforto. — Karina sorriu e falou. — Já está na hora, vou indo lá

Ele não trocou de número!Enquanto ouvia o toque do celular, Karina sentia seu coração acelerar. Ela se perguntava, ao atender, se deveria começar uma conversa casual ou ir direto ao ponto.Ela se contorcia, franzindo a testa, enquanto caminhava de um lado para o outro no vestiário.No entanto, do outro lado da linha, ninguém atendia...Ademir escutou.Quando o celular tocou, ele imediatamente percebeu o número desconhecido, mas que também lhe parecia familiar.Desconhecido porque não havia anotação no contato.Familiar porque esse número estava nos dados que Filipe tinha levantado, era o novo número de Karina na Cidade J.Ela estava ligando para ele?O que seria?Atender ou não atender?Até o telefone desligar, ele não tomou uma decisão.Ele ficou observando o celular, mas ela não tentou ligar novamente...Karina segurava o celular, frustrada. Ele não atendia; ela não sabia se ele estava ocupado ou se, simplesmente, não quis atender.Pensando bem, a segunda possibilidade parecia a mai

Ademir semifechou os olhos, com um tom de voz que soava como um interrogatório:— O que você está fazendo?— Estou te ajudando a tirar a roupa. Fica mais confortável sem o casaco, e você também pode tirar a gravata. — Explicou Stéphanie.— Não preciso da sua ajuda. — Ademir a soltou, balançando a cabeça.Ele rapidamente desfez a gravata e tirou o casaco. Depois de terminar, ficou em silêncio, apenas a encarando fixamente.— O que aconteceu? — Stéphanie, sendo também de uma família nobre, não estava acostumada a cuidar de ninguém. — O que você precisa? Me fale.— Água. — Ademir pensou por um momento e acrescentou. — Água gelada, com bastante gelo.— Claro.Algo tão simples era algo que ela podia fazer!Stéphanie correu até a cozinha, pegou um copo de água gelada e levou até os lábios de Ademir:— Aqui está a água gelada.Ademir, com sede intensa, segurou o copo e o bebeu rapidamente, esvaziando ele num instante.Stéphanie, com o copo vazio, estava prestes a levá-lo de volta à cozinha qu

Ademir estava furioso, mais ainda sem palavras.Ele simplesmente não conseguia se comunicar com aquela garota, que vivia há tanto tempo no exterior!— Coloque a roupa! Saia imediatamente! E nunca mais ponha os pés na minha casa!Após dizer isso, Ademir se vestiu apressadamente e saiu do quarto.No andar de baixo, Karina estava de pé, nervosa.Se não fosse pela questão da verificação de identidade, que exigia a ajuda de Ademir, ela teria ido embora imediatamente.Ademir também estava confuso: como, estando com a namorada, ele permitia que ela entrasse em sua casa?O som de passos subindo as escadas indicou que ele descia.Karina controlou a respiração e se endireitou.— Sr. Ademir... — Ela observou que ele estava com o semblante fechado. — Desculpe, foi erro meu, eu interrompi vocês...— Karina! — Ademir interrompeu ela abruptamente, com um tom alto.Karina se assustou e o olhou, perplexa. Ele parecia extremamente irritado.O que fazer agora?Ademir realmente estava muito irritado e a h